sexta-feira, outubro 03, 2008

Pensamentos

Continuo sem saber quem são os meus amigos anónimos, pois nem sequer o nome me dizem. A Cinderela é carneiro, o que me vai levando pouco a pouco a desconfiar de quem seja... e a anular quem pensava que poderia ser.
Mas hoje chequei a uma brilhante e "triste" conclusão de que começo a ficar cansado da minha profissão, ou pelo menos, da rotina inerente. As contas, os investimentos, as finanças e o caleidoscópio das pessoas e das suas vidas, começa a deixar-me cansado, porque me falta o investimento afectivo que quase sempre senti com os meus doentes. Agora eles próprios querem ser números e casos e não pessoas ou realidades... e eu não gosto disso. Eu gosto de me sentir envolvido e sobretudo de ter, no consultório, um ambiente familiar e positivo, o que não acontece. Para além disso, os colegas que comigo trabalham também não ajudam muito a criar um bom ambiente, com excepções claro.
Uma vez mais, me sinto sem grandes projectos ou planos de vida... e também não me vejo a fazer o mesmo daqui a 5 anos. Preciso de mudar, mas que rumo tomar ou que alternativo procurar. Sou "velho" para grandes mudanças e ainda "novo" para me reformar de vez... mas não consigo ver o que poderei fazer. Dedicar-me a outro tipo de medicina, a outras terapias ou a outras filosofias ??' Será esse o meu caminho e a minha vida futura ?
Mas de facto o cansaço do quotidiano do consultório, poderia bem ser mais aliviado se da parte das assistentes ( e quem sabe se da cinderela ), houvesse uma maior capacidade de autonomia e de resolução dos pequenos nadas que vão surgindo, em vez de irem "descarregando" em cima de mim, esses mesmos pequenos nadas que poderiam e deveriam ser logo resolvidos na recepção e na origem. Mas é assim.. não há vontade, apenas um laissez faire ou talvez não!
Cada vz mais acho que falta vontade e empenho para progredirmos, porque é bem mais fácil "chutar" para cima e não se resolver nada.. nunca se corre o risco de errar ou de falhar, mas também nunca se tem o mérito de vencer e de resolver como deve ser as pequenas vissicitudes de qualquer empresa. Se calhar faltam quadros intermédios e sobretudo, empenho e vontade de vencer... o 25 de abril com a sua laxidão baixou muitissimo o grau de exigência e com a sua "irresponsabilidade" diminuiu quase totalmente a capacidade de raciocínio, de vontade e de empenho de todos, que se habituaram a ser liderados por alguns e quantas vezes, bem mal liderados. E estou a lembrar-me dos princípios de Peter... é mais fácil obedecer do que pensar, é mais fácil deixar passar do que nos impormos, é bem mais fácil irmos na onda do que irmos contra a corrente e sobretudo é bem mais fácil estarmos de corpo presente, do que estarmos de mente aberta e capaz de resolver e de avançar. É um dos males deste (pequenino e pobre) País... a falta de capacidade das pessoas em OUSAREM e ARRISCAREM e de PENSAREM pela sua própria cabeça. É mais fácil não SER do que SER, porque assim nunca precisamos de utilizar os nossos neurónios e a nossa capacidade de resolução... outro dos motivos, quanto a mim, pelo qual este País não avança nem progride.. é a filosofia de hierarquicamente superior que resolva e mesmo este, se puder não resolver, empata e deixa andar. Talvez as coisas se resolvam expontanèamente e sm quaisquer custos para ninguém. Deve ser assim que funciona a maior parte da administração pública e também muita empresa privada, sem espírito de inovação. Eu quero dar autonomia e independência a quem trabalha comigo, mas o receio de tomarem decisões e de resolverem por si, deixam-nas muitas vezes completamente bloqueadas e sem iniciativas. É pena, porque só se progride quando todos remam no mesmo sentido e cada qual consegue desempenhar cabalmente a sua tarefa e trabalho... ACREDITEMOS que com um SORRISO conseguiremos alterar este estado de coisas e fazer com que todos, sem excepção, começem a utilizar as suas células cerebrais e a PENSAR.
A mudança do tal grão de areia é sobretudo a este nível, de iniciativa, empenho e vontade de melhorar e de usar ao máximo as nossas capacidades. SORRIAM e tenham um excelente fim de semana

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luis,
Pensei...pensei... e como já havia dito conheci-o e não gostei do que vi. Foram duas curtas e breves entrevistas para assistente e um dia à experiência. Sempre gostei de desafios e este foi uma surpresa para mim.Então não é que gostei mesmo daquilo! Estava francamente empenhada em aprender, e sem falsas modéstias acho mesmo que daria uma boa assistente e não só! Como já trabalho há alguns anos (embora em ramos diferentes), tive também a perspicácia de perceber que haveria algumas arestas a limar. Sou uma pessoa empreendedora, motivada, organizada, metódica e quando me sinto bem no local de trabalho (local onde passamos mais tempo, do que na nossa própria casa)visto a camisola sem ser necessário que mo peçam ou que mo exijam. De vez em quando temos fases em que nos cansamos (como é agora o seu caso), mas com boa vontade e perserverança tudo acaba por decorrer com normalidade, há sempre uns dias melhores e outros piores! Sem dúvida que um bom ambiente de trabalho é a mais salutar das fórmulas,sobretudo quando se trata de poucos elementos. Sempre me ensinaram que mais vale "uma decisão mal tomada do que não tomar nenhuma", chefe sábio que eu tive que me ensinou esta e outras máximas, super exigente e que me ajudou a tornar na profissional competente que hoje sou, faça aquilo que fizer. Desisti deste desafio talvez pelo que dizia há pouco, "MEDO" de desbravar o homem que quase me ignorou e que hoje conheço virtualmente. Ao contrário do que possa pensar eu quero mesmo trabalhar mas na altura achei que o nosso dia-a-dia de trabalho com uma pessoa assim seria insustentável e recuei. Se me arrependo? Acho que sim, mas a vida encarrega-se de nos ensinar sempre algo e eu acho que aprendi alguma coisa. Fiquei apenas com a sensação de que não desgostou de todo do meu desempenho.
Com um SORRISO para si e que o dia de amanhã será melhor, despeço-me, até à próxima!
Bom fim-de-semana!
Ass. Leitora Assídua

Anónimo disse...

Oi Luis :))
Obrigada pelo destaque ao meu comentário :))
Li um livro há pouco tempo que falava sobre as emoções destrutivas e curiosamente aquela que estava no topo relativamente ao ocidente era a falta de auto-estima.
Muito possivelmente muitos de nós, contraimos a bactéria da baixa auto-estima, crescemos habituados à ideia de que gostar de nós é errado.Pense nos outros diz-nos a sociedade.Ama o teu próximo exige a igreja.Aquilo de que poucas pessoas conseguem lembrar-se é do amor por nós.
Aprendemos em crianças, que gostar de nós,algo que era natural para nós naquela altura, era equivalente a ser egoista ou convencido e arrogante. Aprendemos a colocar os outros sempre à nossa frente, a pensar nos outros primeiro, pois demonstrava que eramos "boas pessoas". Aprendemos a anularmo-nos e foram-nos transmitidas instruções tais como partilha os teus brinquedos todos com os outros, não interessava o que pensavamos sobre isso, se não o fizessemos erámos maus meninos e tb não interessava que os nossos pais não partilhassem as coisas deles com os seus amigos. Pode até nos ter sido dito que não tinhamos voto na matéria (mesmo qd a matéria eramos nós) e que tinhamos de saber qual era o nosso lugar.
As sugestões são subtis e não são em si mal intencionadas, mas conseguem manter as crianças na linha. Desde muito pequenos nos é dito o que fazer, quando fazer, como fazer e não há lugar para os pro-activos, qualquer mostra de criatividade é imediatamente posta no lugar.
Sendo assim, luis, muitos crescemos a pensar que é melhor obedecer a ordens, pois afinal foi o que fizemos a vida toda e qualquer tentativa de sair desta, foi-nos transmitido que era errado e que mesmo que tentassemos nunca iriamos conseguir.No nosso pais, mesmo as chefias não gostam de dar ordens, pq não gostam de lidar com a responsabilidade, se correr mal é mais prático que a falha seja do colaborador, do que dele :)) FALTA DE AUTO-ESTIMA, as pessoas esqueceram-se de que são capazes, raramente são elogiados pelas chefias, etc. Temos um grande défice de líderes.
Então agora temos um desafio fantástico para nós, que é viver sem necessitar da aprovação dos outros, pq até hoje vivemos em constante busca de aprovação, fomos ensinados a isso "querida não faças isso, o que é que os outros vão pensar de nós, porta-te bem, não digas isso, mesmo que issso seja como eu penso, fica mal etc..... não é irónico? Na vida, as pessoas que mais parecem agradar aos outros, são aquelas que não procuram aprovação, que não a desejam e que não se preocupam em obtê-la. A felicidade é a ausência da necessidade de busca de aprovação. Sem ter de estar sempre à procura de aprovação eu sou mais livre :))
E vamos chegar ao comentário de ontem, as pessoas crescem com medo, medo de não serem aceites, medo de não agradar,medo de não serem amadas, querem fazer o que pensam que os outros necessitam para receber amor.
Continuo a não querer com isto desculpar, mas entender pq.Cheguei à magnifica conclusão, que por pior que seja a situação, ficar a queixar-me dela não me vai fazer avançar e acabo por deixar, que a situação me limite.
Pondo isto, volto ao que falamos e talvez esteja na altura de mudar algo, vai com toda a certeza descobrir o que é :))
"Não pretendo minimizar os problemas formidáveis que a humanidade ainda enfrenta, mas apenas e nos mantivermos alerta e reconhecermos o grande mistério que a vida constitui, veremos que estivemos perfeitamente colocados, na posição rigorosamente certa..... para tornarmos este mundo diferente." James Redfield

"Todos os meus habitos novos me apoiam de formas positivas. Quando estou prestes a abandonar um velho modelo, este manifesta-se como um problema. Eu estou a aprender a reconhecer os meus problemas como mensageiros de um local bem fundo no meu interior que anseia ser amado. Eu peço à vida para me ajudar a libertar-me do medo e permito-me evoluir para um novo entendimento Eu estou a aprender a ser amável com as minhas crenças e os hábitos negativos.Eu costumava dizer: "Oh quero livrar-me disto em mim" agora eu sei que criei todos os meus habitos para cumprir um objectivo, por isso abandono os velhos hábitos com amor e descobro novas formas positivas de satisfazer essas necessidades"

Acredito Luis, pelo que tem demonstrado ao longo dos 15 anos que o conheço, que está muito habituado a lutar contra a corrente e tem conseguido resultados fantásticos :))
São muitos os que o admiram, alguns dizem-no directamente como aconteceu nos seus anos, outros não o admitem verbalmente, mas sentem o mesmo :))

BJjjjjjjjjjj
Sandra
BJJJJJJJJ
Sandra