Domingo

Dia de descanso e de calma, na perspectiva de mais uma semana de trabalho e de inicio do julgamento e do próximo fim de semana bastante ocupado e agitado.

Ontem tivemos uma tarde cultural, com a ida à casa história da Paula Rego e a ida à primeira exposição fotográfica do nosso amigo JT. O museu é em Cascais num espaço muito bem conseguido e arrojado, mas com um espólio fraco, com poucos quadros da PR e pouco esclarecedor de todo o conjunto. Para mim, a loja do museu foi bastante mais compensadora.

A exposição do JT, num restaurante também em Cascais - e onde quero ir jantar um dia destes - não explorou todo o potencial dele, porque o espaço não o permite. As fotografias que tenho visto no FB, são francamente melhores das expostas, precisamente pela falta de distanciamento e até de luminosidade. Terá sido o possível, mas talvez não tenha sido o melhor e para primeiro lançamento penso que não terá correspondido às expectativas. De qualquer forma, espero que continue nesse caminho e que possa ter mais e melhores exposições.

O nosso amigo MS estava bem disposto e apesar de pouco conversador, parece-me estar já a sair da letargia em que se encontrava e disposto a ir, de novo, à luta. Quanto ao meu cunhado que também foi connosco, foi como sempre uma pessoa bem disposta e adaptável às circunstancias.

Hoje, nada a assinalar de especial a não ser precisamente, nada fazer mesmo. Acabar de ler o Expresso, andar pela net e talvez - hipótese remota - ir dar uma volta e apanhar sol e bom tempo. Será que vamos a isso ?

"los recuerdos son huellas de lágrimas"... também é assim, mas felizmente que muitas recordações nos deixam marcas de felicidade e de alegria e apenas algumas, essas tais marcas de lágrimas. A nossa vida é uma manta de recordações, factos, emoções, sentimentos, flashes de momentos, pessoas, sensações e é nessa amalgama imensa que nos situamos, nos reconhecemos e  refugiamos. Toda a nossa vivência, desde que escolhemos a nossa família - se acreditarmos nas teorias transpessoais - se baseia em todos estes factos interrelacionados e misturados que fazem com que tenhamos uma série de máscaras que muitas vezes dificultam o aparecimento do nosso EU verdadeiro. Ou seja, apenas uma análise e uma capacidade introspectiva nos permite desvendar aquilo que realmente somos, pelo que, infelizmente, muitas pessoas passam toda uma vida sem saberem aquilo que na realidade são  porque apenas uma pequena parte de nós tem essas capacidades ou possibilidades.

Acredito que somos a consequência e o resultado de todas essas recordações, emoções, etc e também acredito que temos a capacidade - se bem trabalhada - de moldarmos a nossa vida e o nosso quotidiano, com  toda a potencialidade do nosso EU. O Universo, as forças cósmicas em que estamos envolvidos, em conjunto com as nossas próprias capacidades permitem-nos estar devidamente integrados neste imenso circulo em que andamos, com a interacção de tudo e de todos. É a complexidade do Ser Humano na sua plenitude.

É com um enorme SORRISO que recordo muitas e boas recordações, muitos e bons momentos e muitas e excelentes pessoas que tenho tido ao longo da minha vida e existência, na certeza de que muito mais coisas me acontecerão e terão peso no meu EU e na minha capacidade de estar aqui. Escolhi esta vida e esta família por razões que estou a descobrir e que vou, pouco a pouco, desvendando.

Cada vez mais sei aquilo que não sou, apesar de ainda não saber na totalidade aquilo que realmente sou porque somos pessoas em permanente mutação nessa descoberta do nosso mais profundo e verdadeiro EU, com a racionalidade de sermos capazes de consciencializar essa mesma descoberta.

A vida é uma mar de recordações, de emoções, de acontecimentos que, no seu conjunto, nos fazem ter um grande SORRISO, mesmo que este seja acompanhado de dor e de lágrimas porque todos estes eventos contribuem para o nosso crescimento e maturidade. E essa certeza dá-me uma enorme serenidade e paz de espírito nestes dias que correm.