segunda-feira, setembro 20, 2010

Outra 2ª Feira

Mais uma 2ª feira, mais uma semana e mais do mesmo.... ou seja, trabalho, trabalho e pouco mais, porque agora é tempo de o fazer e de nos prepararmos para esta "longa" travessia profissional, até às férias do fim do ano, já programadas e reservadas.
Ontem foi um dia neutro, em que não saímos de casa e nada se fez, a não ser computador, televisão e leitura. Acabar o Expresso, continuar a ler a biografia de D Catarina de Bragança, uma das filhas de João IV e ainda ver um filme " Julgamento Hostil" que conta precisamente o julgamento dum judeu na Áustria, no começo do nacional socialismo/nazismo ( 1929 ).
O silêncio entre duas pessoas pode significar muita coisa, desde um profundo conhecimento entre ambas que dispensa precisamente as palavras, como também um certo mal estar e distanciamento entre eles, ou ainda e tão simplesmente uma neutralidade completa ou cansaço.
De todas, a melhor hipótese é a primeira em que o conhecimento e o à vontade são tão grandes, aliados a uma cumplicidade que quase dispensam as conversas diárias e se pode estar em silencio durante muito tempo.
Quando evidencia um certo mal estar e distanciamento, é o principio dum fim que não se quer e não se deseja, em relações que já tem muito tempo e que não têm motivos para ter um fim, a não ser precisamente este mal estar insidioso. É preciso uma enorme força de vontade e de compreensão para compôr tudo e também silenciosamente repor tudo nos carris devidos.
Muitas vezes, é apenas a vontade de nada dizer e de se estar simplesmente calado e absorto nas nossas mentes e pensamentos.
Apenas quando este silencio se torna habitual com a ausência de comunicação, devemos começar a preocuparmo-nos e a pensar o que poderemos fazer para emendar o que possa estar errado e tentar, porque o queremos, dar a volta a estes silêncios. Muitas vezes, é complicado, porque vamos estando enquistados nas nossas posições e quanto a mim, cada vez mais dificilmente consigo mudar alguns comportamentos externos, uma vez que interiormente estou bastante diferente e muito bem comigo mesmo.
Quando começa a não haver assunto entre duas pessoas e a a haver a necessidade de terceiros para se comunicar, é porque algo não está bem e precisa de ser pensado, meditado e falado para não se deixar agravar a situação.
Não penso que existam problemas sérios, mas apenas uma pequena divergência nos caminhos presentes com níveis diferentes de entendimento e de realização, uma vez que por vários motivos e também por conhecimento próprio, consigo estar, ou pelo menos acho que estou, num patamar bem elevado e distante do antigamente, apesar de talvez muitas vezes ainda ter registos antigos ou pelo menos parecer que os tenha ao olhos de outras pessoas.
Quando se vive diariamente com uma pessoa, talvez seja difícil apercebermo-nos das suas mudanças subtis e pequenas e ficamo-nos pelos registos que conhecemos e com os quais lidamos e conhecemos, mas é necessário ter a percepção da mudança e da nova realidade porque só assim se justifica o trabalho que vamos fazendo e realizando para a nossa mudança. Também tenho que compreender que esta mudança, noutras pessoas, pode ser acompanhada de sentimentos de revolta, de agressividade e dum certo descontrole, que devo aceitar e compreender apesar de muitas vezes ser difícil, tanto mais que nesta fase da minha interiorização preciso cada vez mais de carinho e de afecto, nos actos e nas palavras.
Sinto que é apenas e só uma fase, porque felizmente os sentimentos está presentes e existem em toda a sua plenitude, apesar da sua expressão ser ténue e complicada nestes dias, mas espero que rapidamente se consiga ultrapassar esta fase e viver de novo a total realidade duma relação, porque é importante para as pessoas e para a nossa vida.
É 2ª feira, dia de que pouco gosto mas que existe e tem que ser vivido como os demais dias e da melhor forma possível, com a certeza de que esta semana vai ser uma semana curta uma vez que na 6ª feira, não trabalho à tarde, visto que as 6ªs feiras continuam a ser difíceis de gerir pela diminuição de marcações e pelas ausências dos doentes. Não me acontece apenas a mim, porque já tenho conhecimento de outros colegas - e não só na minha especialidade - que desistiram de trabalhar à 6ª feira.
É estranho porque num momento em que precisamos aumentar a produtividade, se trabalhe menos, porque ainda me lembro de há uns 15/20 anos o sábado ser considerado um dia de trabalho como outro qualquer. Alias trabalhei durante muitos e muitos anos ao sábado, tendo sido assim que consegui fazer o meu consultório e a minha clientela. Agora tentei implementar de novo o sábado no consultório e não deu qualquer resultado porque os doentes não aderiram.
Por hoje, chega de comentar e de escrever, ficando o meu SORRISO nostálgico, mas quente e luminoso, cheio duma enorme FÉ e ENERGIA

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