quarta-feira, setembro 29, 2010

Desabafos

Há muito que não escrevo acerca do meu tema "favorito" e obsessivo, ou seja, da CRISE. Tenho evitado escrever acerca da mesma porque me disseram que estava a ser repetitivo, mas a verdade é que estou quase em pânico e bem assustado com o desenrolar da situação, que já se repercute no meu quotidiano.
Acontece que hoje vão ser tomadas ainda mais medidas de austeridade, num conselho de ministros extraordinário e espero que sejam de modo a serenar os mercados e a alta dos juros, porque senão teremos mesmo a intervenção do FMI e nesse caso, para além do descrédito externo, as medidas seriam bem mais gravosas e cegas.
Às vezes, penso que os actuais dirigentes - que se mostram cada vez piores e irrealistas - querem mesmo uma intervenção externa para assim terem uma justificação para as políticas que são necessárias e poderem dizer que a culpa é do FMI e portanto que eles nada têm com isso. Mas isso é o mesmo que nos chamar a todos mentecaptos porque (quase) todos vêem a inabilidade deste governo. Então quando aparece o surrealista do ministro dos transportes a falar em obras megalómanas e impossíveis dá vontade de o riscar do mapa e de o fazer ver o ridículo em que está. Bem como o sr engenheiro que ameaça com demissões quando está em NY e continua a viver no País das Maravilhas.
O País real, a vivência difícil e custosa das pessoas que têm que se manter com o mesmo, apesar do aumento dos impostos, da gasolina mais cara da Europa, do preço dos livros escolares, etc e etc, essa é que a realidade que tem que ser vista e resolvida eficazmente. Como eu dependo exclusivamente das pessoas normais e que vivem dos seus trabalhos, é natural que esteja francamente apreensivo acerca desta realidade que cada dia piora mais e mais, sem uma perspectiva realista de resolução ou pelo menos duma visão integrada da situação.
Por isso, gostei de ouvir ontem o discurso coerente e abrangente do Paulo Portas, que parece ser dos poucos que tem uma visão realista para o País com medidas concretas e lógicas, porque é fácil dizer-se que se tem que cortar despesas, mas mais difícil é dizer-se aonde e nisso o CDS é bem mais coerente que o PSD porque apresenta, normalmente, medidas concretas e com credibilidade. É lamentável ver os partidos à esquerda tomarem também posições dum irrealismo total pois podiam tentar contribuir para a resolução da crise com medidas realistas e justas, mas é sempre a mesma "cantiga" de taxar os ricos e poderosos, que penso haver cada vez em menor numero.
Como é que é possível haver um candidato à presidência da republica simultâneamente apoiado pelo PS e pelo BE, tal o abismo entre eles, o que certamente enfraquece esse mesmo candidato. Que como se sente a perder terreno e sem saber muito bem o que dizer para não antagonizar nenhum dos partidos que o apoia, se vem contradizendo ao longo dos dias. Num dia, apela ao actual Presidente para intervir e que até já o devia ter feito e quando este chama a Belém os partidos, diz que Cavaco está a fazer campanha. Parece o ministro das obras públicas que também não sabe o que diz. É triste e patético ver um homem da envergadura de Manuel Alegre acabar a sua carreira política neste imenso flop e contradições.
Por todas estas estórias tristes e desacreditadoras da nossa cena política, que me venho a sentir cada vez mais angustiado e preocupado, com uma imensa incerteza acerca do futuro imediato, uma vez que se sente já no quotidiano as dificuldades das pessoas, aliada a uma revisão em baixa das tabelas dos seguros. Sempre tenho conseguido atravessar as maiores tempestades e espero que também desta vez e com a minha FÉ na força do UNIVERSO, sejam superados o melhor possível estes dias de grande confusão e incertezas, com a certeza de que é preciso mais e melhor para atravessarmos estes dias. Com mais energia e melhores políticos a tomarem as medidas certas e adequadas.
Já desabafei e manifestei o que me preocupa seria e verdadeiramente, esperando ficar mais aliviado e tranquilo após este comentário do que me tem mesmo ocupado o espírito e as preocupações. Infelizmente não tenho fortuna pessoal, nem rendimentos extra pelo que dependo apenas do meu trabalho e com o meu nível de despesas é lógico que tenho que ter rendimentos adequados, o que tenho conseguido até à data e assim espero continuar, uma vez que também tenho reformulado muita coisa e adequado muitas outras. O principal é ter FORÇA e FÉ na vida e nas energias que nos envolvem e nos protegem, se soubermos estar atentos e também conseguirmos dar o que temos para dar.
Se me sentisse completamente bem no plano pessoal seria bem mais fácil, mas também me sinto um pouco fragilizado nesse campo por motivos vários e que não quero comentar por aqui, mas a verdade é que queria mesmo estar muitíssimo bem nesse aspecto, pelo que talvez este fim de semana ajude a melhorar toda a nossa disposição e forma de estar.
Preciso de Paz e Calma em todos os aspectos da minha vida para poder estar equilibrado e apto a enfrentar esta realidade, agora que, pensava eu, iria entrar numa fase de vida mais calma e que me poderia ir retirando. E pelo contrário, tenho que estar cada vez mais interveniente e abrangente para dar conta de todo aquilo que me rodeia e que faz parte da minha vida.
MAs com o tal imenso e luminoso SORRISO, cheio de ENERGIA e de FÉ, vai ser possível caminhar pela vida e por estes dias tormentosos com a capacidade de singrar e atingirmos as nossas metas de realização pessoal, afectiva e profissional.

Sem comentários: