segunda-feira, março 09, 2009

Março, mês aziago

Parece que Março é um mês aziago para nós,família, porque hoje morreu um meu sobrinho neto de 4 meses de idade... e daqui a uma semana fará um ano do falecimento do meu Pai.
Extremos de vida, um com tudo a sua frente e uma vida para ser vivida, enquanto que o outro a tinha já vivido e deixado a sua marca, maior ou menor, nos filhos e na pessoas que o redeavam. E ao fim de quase um ano, é bem verdade que a sua marca é, foi, enorme e a sua personalidade marcou muitas e muitas pessoas. Em cada dia que passa, lembro-me mais dele e vou tendo cada vez mais saudades das conversas que nunca tivemos e do convívio que efectivamente também não sentimos, porque eramos pessoas distantes um do outro no nosso quotidiano, mas felizmente próximos nas nossas essências. tenho orgulho do meu Pai e espero sinceramente que ele também tenha tido de mim.
A vida e a morte tem razões que a razão desconhece, mas se lamentamos a morte dos seres que nos são queridos e já de idade, ainda mais ficamos chocados quando a morte leva seres de meses e sem qualquer culpa de vida. Qual a razão destas provações e deste sofrimento desnecessário ? Hoje pensei muito e muitas razões encontrei para certos acontecimentos, mas será que é preciso um acontecimento destes para reflectirmos em muita e muita coisa ? Não sei mesmo, tanto mais que hoje estou bastante abatido com tudo isto e com o rasto de sofrimento que tenho à minha volta e para o qual tive de encontrar forças para apoiar e ajudar.
Por isso, não vale a pena discussões, nem quezílias nem tão pouco dar atenção a quem não o merece e de facto, nunca mais me vou deixar influenciar por comentários mesquinhos e descabidos aos meus comentários. Poderão comentar o que quiserem, desde que não tornem a "mexer" nos meus filhos, porque isso é intocável. Mas como também é possível fazer a moderação dos comentários, se persistirem com esse tom é o que farei.
Perante a morte e a tristeza que a rodeia, o sofrimento dos familiares e o desfazer dos sonhos e das nossas ilusões , temos que nos fortalecer e ganhar coragem para enfrentarmos o nosso quotidiano e sobretudo, crescermos interiormente e lutar para mudarmos o nosso mundo e todo o sofrimento.
Costumo acabar com um grande SORRISO, mas hoje termino com o meu pensamento naquele ser inocente que se foi e que não teve qualquer oportunidade de ser alguém. Espero que, a ser possível, o meu PAi ( e seu bisavô) lhe dê a mão e o ajude nessa nova caminhada.
Podemos AMAR e AJUDAR e nestas alturas, sentimos felizmente que a união da minha família é enorme e real, como se sente nestas alturas. Para isso, temos um SORRISO triste e difícil, mas nem por isso deixa de ser um SORRISO.

2 comentários:

Mamã Su disse...

Com tudo isto... fiquei triste, muito triste! Os gestos são nestas alturas o muito pouco que podemos dar, querido amigo lamento esta perda!

Anónimo disse...

Boa-noite Dr.Luis.,

Lamento a perda.

Já passei pela experiência, há 34 anos, de perder um recém-nascido, o primeiro filho.
Fiquei, por uns tempos, insensível à vida, anestesiada.

Não se deixe afundar e dê sentido à vida.
Acredite que nada acontece por acaso.
Tudo tem uma razão mesmo que, a desconheçamos.

Por vezes, ao plantarmos uma florzinha, mesmo que com todo o carinho, algo não corre bem e ela não resiste às adversidades.
Não era dotada de características que lhe permitissem superar as intempéries. Mas, nós não sabiamos!

Temos consciência que tentámos o melhor mas, falhámos. Não alcancamos o por quê.

Mais tarde e em gestos repetidos e exactamente iguais, no mesmo lugar, nasce e cresce formosa e resistente uma nova forma de vida.

O Sol irá aquecer e fazê-la vigorosa e vencedora, em contraposição à renúncia anterior.

Não percebemos mas, acreditamos.

Coragem e força para acompanhar os pais nestes momentos difíceis.

A Cinderela