As primeiras e as ultimas horas do dia são (quase) sempre as que custam mais, em que as recordações e a emoções estão mais "acesas" e em que o peso da situação é imenso....
Oscila-se entre a realidade, a narrativa, o desejo e a verdade dos factos e, infelizmente, não se consegue ir para além do nada. E se sempre tive dificuldade em dormir, agora é-me ainda mais difícil e penoso....
São constantes flashes, são constantes pequenas coisas que me rodeiam que me lembram de tudo e mais alguma coisa e sobretudo é esta imensa incerteza em que estou, com este rodopiar constante de FÉ e de esperança em contraste com o pessimismo e o desalento.
Por outro lado, e quase pela primeira vez na vida tenho de aceitar que o tempo é soberano e que nada posso mesmo fazer contra ele a não ser aceitar, tentar perceber e forçosamente aceitar a realidade.
Na escrita destes comentários posso, e estarei em desvantagem porque infelizmente me continuo a expôr demasiado mas a verdade é que não consigo evitar, visto que estes mesmos comentários funcionam como um escape e uma válvula de segurança que me ajudam imenso. Mas não tenho feedback algum nem tão pouco posso saber o que se vai passando dos outros lados, a não ser aquilo que me queiram contar ou deduzir pelo que não me dizem.
Aproximam-se tempos ainda mais difíceis porque como tudo foi e é recente, não há hipótese de alterar algumas coisas nem de arranjar programas alternativos para determinadas alturas ou tempos e isso provoca-me uma certa desestabilizacao por me aperceber de certas ( ou muitas ) reticências existentes. Mas haverá certamente outras soluções e aguardemos para ver o que se passará.
Hoje vou, finalmente, iniciar o meu voluntariado estando entusiasmado com essa nova etapa de vida e esperando que me possa, de alguma maneira, ajudar a estar atento a outras realidades e a um mundo bastante desconhecido para mim. Vamos a ver como corre e se é efectivamente isto que quero fazer.
Ou talvez esteja na altura de pensar seriamente em novos projectos, em alternativas sendo bem verdade que a vida está bastante difícil e que na verdade nem a idade nem o contexto ajudam nesse aspecto.
Sinto que nesta fase da minha vida em que achava ter tudo mais ou menos estabilizado, "apanho" com todos estes abalos e hecatombes e não sei o que fazer e como fazer, senão tentar viver um dia de cada vez e da melhor forma possível.
Acreditava que, nesta idade, estaria com uma grande estabilidade, uma solidez importante e a verdade é que me encontro no nada, à procura de tudo e mais alguma coisa e principalmente sem a força e as possibilidades que tinha há uns tempos. Estou agora, nesta hora do dia, sem conseguir conseguir ver seja o que for.
Mas como disse penso que o tempo me vai ajudar a (re)construir o meu SORRISO é a alcançar aquilo que neste momento desejo com todo o meu ser e com imensa intensidade. Sobretudo gostava que fosse bem mais fácil lidar com esta dor e sofrimento (quase) permanente e constante.
PS: ainda por cima tenho de saber aprender a controlar-me e a respeitar a liberdade e identidade de tudo por mais que isso me custe e doa.
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