sexta-feira, novembro 22, 2013

Sexta-feira

Mais uma sexta-feira.... felizmente que estamos quase em fim de semana, sem obrigações sociais sem ser o almoço de aniversário da minha Mãe, no domingo. Comemora 92 anos de vida...
A propósito de Mãe é cada vez mais evidente a enorme influência que teve na minha vida, na minha formação e nalgumas das minhas disfunções. Curiosamente pensava que o foco dos meus "problemas" seria o meu Pai e afinal estou a descobrir que o busílis da questão é precisamente a parte materna. 
Ontem a minha sessão foi particularmente acutilante e agreste, pelo encandeamento das associações e pelo que me foi dito. Devo confessar que terá sido uma das primeiras vezes em que fiquei mesmo surpreendido e até chocado, pelo que se falou, bem como da exposição nua e crua de mais uma (importante) camada da minha pessoa.
Se estou neste processo, tenho ou devo acreditar no encadeamento que é dado e ter confiança no terapeuta, porque só assim vale a pena e dará resultado; mas até por um mecanismo de defesa pessoal, pergunto-me se não haverá um excesso de Freud nestas interpretações e um exagero na análise.
A resposta depende de se querer ou não encarar de frente o que somos e fomos, bem como o que pretendemos ser no futuro. Se até agora temos aceite as nossas descobertas, então certamente que também teremos que concordar com esta faceta e com esta nova descoberta. Até porque faz todo o sentido e tem toda a lógica do mundo....
Neste momento até há muita coisa que faz mais sentido e entendimento, na medida em que há um padrão e um comportamento estereotipado e gravado nos meus registos de infância. Que até podem condicionar vivências pessoais e a escolha das pessoas com quem lido e interajo. Isto é, vou buscar identidades e personalidades que estejam em conformidade com padrões conhecidos e que sempre fizeram parte da minha vida, para me dar confiança ou pelo menos eu saber como lidar... quando esse padrão não existe, há conflitualidade e uma enorme problemática, como acontece com determinadas pessoas que existem no meu quotidiano por imposição e não propriamente por escolha.
O trabalho psicanalítico individual é bastante mais intenso do que o trabalho em grupo pela maior  intensidade do processo e maior exposição, visto que a atenção do terapeuta está exclusivamente focado numa pessoa e não em várias, se bem que o processo em grupo possa ter outras vantagens e compensações. 
Na frente profissional tudo na mesma, com um ambiente mais ou menos estável, mas sobretudo com um maior afastamento da minha parte e uma completa anulação em relação à gestão quotidiana do consultório por não querer conflitos de qualquer espécie e para minha tranquilidade e descanso mental. Mesmo que não esteja de acordo ou me pareça poder haver outras formas de actuação, não tenciono dizer nem extrapolar em nada as minhas funções, também não contando com o apoio de ninguém e funcionando isoladamente no meu gabinete, como nunca o tinha feito. Mas se algo encho aprendido, é a adaptar-me mais e melhor às circunstâncias e não pretender ser o salvador da pátria. Aliás se fechei o meu espaço e parti para outra fase, foi precisamente para acabar com o stress da gestão diária dum consultório e todos os problemas daí inerentes. 
É evidente que poderia estar noutro ambiente, mas não se pode querer tudo; tenho um bom espaço, uma boa localização, as minhas assistentes e os meus doentes, bem como a minha total independência. No reverso poderei ter aspectos negativos e conceitos diferentes mas se cada qual se mantiver no seu caminho, sem colisões ou afrontamentos tudo correrá como possível.
Sinto saudades duma maior interligação profissional e de dividir opiniões e doentes, bem como um clima de maior distensão e alegria, mas sendo o que temos, valorizemos o positivo e esqueçamos o menos bom, aplicando também aqui a nossa máxima Less is More.
Um comentário ao que ouvi na rádio está na manhã de declarações de Mário Soares. Acho que o senhor ultrapassou todos os limites e como ex primeiro ministro e ex presidente é inconcebível a forma e o desrespeito com que fala das instituições nacionais. Uma coisa é não estar de acordo, o que é legítimo e normal e outra, totalmente diferente, é estar sempre a fomentar desacordos, a incitar à violência e denegrir as pessoas. Deve ser o peso da idade ou as sequelas do estado comatoso em que esteve... esquece-se das mordomias que tem à conta do estado, bem como os subsídios à sua fundação que apenas serve a família Soares. 
Um SORRISO com a vontade de que a coerência e a realização de todos nós seja uma verdade que procuremos alcançar todos os dias da nossa vida. Façam o favor de ser FELIZES....

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