sexta-feira, novembro 15, 2013

Autoridade

Este é o comentário numero 2100... ou seja, escrevemos 2100 posts, o que representa mais de cinco anos e meio de existência, na medida em que há dias que até escrevo mais do que uma vez, se bem que, ultimamente, seja apenas um e apenas esse.

Autoridade... será autoridade, sinonimo de poder, de força e ainda de figura paterna, com toda a sua carga positiva e negativa?
Apesar da mudança do paradigma actual desta mesma figura paterna, que tem vindo a perder a enorme carga negativa que tinha, a verdade é que para a minha geração o Pai era visto como a autoridade e o poder supremo.
Evidentemente que o papel do Pai tem vindo a mudar ao longo dos tempos e aquele Pai distante, austero e severo representado pelo meu Avô ( Pai da minha Mãe) deve já ter desaparecido e muitas vezes atingiu-se o ponto oposto, em que precisamente o Pai passou a significar permissividade, desleixo e falta de autoridade e ainda de educação.
Disse-me, há muito, a psicóloga dos meus filhos que ser Pai não é ser amigo, na medida em que o primeiro implica autoridade q.b., força, apoio e aconselhamento, enquanto que amizade envolve muitas outras coisas e uma maior cumplicidade que não se conjuga com a figura paterna.
Como costumo dizer em algumas ocasiões mais solenes ou quando tenho que "discursar", ninguém nos ensina a ser País; com graça um dos meus filhos respondeu-me que também não há instruções para se ser filho. Ou seja, é este equilíbrio entre dois seres que temos de conseguir, para que a formação moral, ética e cívica dos que são nossa responsabilidade directa, seja aquilo que gostaríamos e pretendemos.
A omissão deste mesmo papel pode ter efeitos nocivos na estruturação da identidade do indivíduo, porque deixa de haver referências e exemplos para serem seguidos. 
Estava a rever os conceitos de "complexo de Édipo e de Electra" muito importantes para a teoria psicanalítica e para o seu fundador, Freud, em que a interligação da criança com o seio materno, a sua relação com a figura materna e paterna e as complexidades destas interligações, determinam a formação do indivíduo e a sua conduta como adolescente e adulto.
Efectivamente, somos "construídos" desde a nossa concepção, havendo até teorias de que um dos momentos chaves da nossa personalidade é precisamente o momento da fecundação, bem como a aceitação desse facto pelos País e ainda o desenvolvimento da gestação e o nascimento. Há quem faça regressões a essa etapa da vida e, com a consciencialização dos problemas existentes, consiga fazer a limpeza dos mesmos e atingir um patamar diferenciado do seu EU.
É sabido que a nossa identidade se forma desde que nascemos e que a nossa Mãe tem um papel predominante, assim como as suas relações, amores ou disfunções vão condicionar todo o percurso desse novo ser. Por isso filhos dos mesmos Pais têm estruturas diferentes, personalidades distintas e comportamentos por vezes até opostos, porque se encontram com os Pais em diferentes alturas e etapas da vida, com o seu próprio processo de amadurecimento e formas de ver a vida.
Com tudo isto, quis expressar a dificuldade que sinto, muitas vezes, perante figuras que representam ou têm autoridade, na medida em que sendo uma pessoa que gosta (e tem!!) de liderar e de mandar, entro em conflito comigo mesmo se não me consigo impor e controlar.
Aliás, o que tenho que trabalhar bastante neste momento é essa tendência de querer ter um controle absoluto e total das pessoas e dos diferentes espaços onde me movo, não deixando às vezes espaço suficiente para os outros poderem igualmente terem a sua intervenção.
Felizmente e no seguimento duma conversa tida agora mesmo com uma colega que me perguntava o(s) motivo(s) da minha diferente maneira de estar e de escrever no facebook, vamos tendo a necessidade de nós conhecermos cada vez melhor e de encontrarmos o nosso centro e  a nossa própria identidade, bem definida e estruturada. Esse conhecimento pode e contribui grandemente para conseguirmos ser felizes.
E como vamos tendo cada vez mais momentos felizes, posso deixar aqui o meu SORRISO mais forte, mais luminosos e principalmente mais alegre.

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