Nova semana... Recomeçamos a luta deste quotidiano, com pouca vontade, alguma ansiedade e principalmente sem saber como alterar a minha maneira de estar profissional. Ou seja, conseguir estar sem estar mesmo e conseguir trabalhar da melhor forma, mesmo sem ter as condições que considero mínimas para não haver atritos.
Há alturas em que nos sentimos presos a registos antigos que queremos vencer e combater mas que nos perseguem e se infiltram sempre nas nossas camadas mais profundas e que não conseguimos atingir sem ajuda. Gostava imenso de iniciar uma nova terapia, diferente do que tenho feito até aqui, mas infelizmente os horários são totalmente incompatíveis e não consigo sequer marcar consulta.
Hoje tenho uma reunião com o meu advogado para preparar uma resposta que tem que ser elaborada e devidamente preparada para cortar de raiz mais algo desnecessário e incoerente, sem qualquer justificação e totalmente fruto de confabulações e anormalidades.
A verdade é que este mundo em que vivemos tem um desenvolvimento e um turn-over que, muitas vezes, parece que já não consigo acompanhar nem sentir-me resguardado e protegido como me sentia. Concretamente, neste presente não há qualquer vontade, nem incitamento para se formar um grupo ou uma unidade, em que todos trabalham com os mesmos objectivos
Tendo sido acusado de olhar apenas para o meu umbigo e de pensar que o mundo está sempre contra mim - como se tivesse algum tipo de doença mental - tenho que optar por uma profunda alteração na maneira de estar para me adequar a este "novo" mundo em que vivemos.
A falta de sensibilidade, de empenhamento e principalmente a falta de princípios éticos e morais fazem uma profunda diferença; no inicio da minha vida profissional havia um brio, um interesse e uma vontade que desapareceu e que faz parte do passado. Actualmente, muitos pensam em ter apenas regalias e recompensas, sem quaisquer obrigações ou deveres o que para mim é completamente impensável e estranho. Mas tenho que absorver essa cultura actual e agir em conformidade, não esperando nada de ninguém, nem tão pouco reconhecimento ou agradecimento por nada que se faça.
Tudo o que se faça é insuficiente, parece que nos fazem sempre um favor por estarem a trabalhar e até quando tentamos dizer ou alterar qualquer coisa, somos sempre culpados disto ou daquilo. É-me extremamente difícil este entendimento e esta forma de estar na medida em que quase me sinto tolhido naquilo que essencialmente sou.
Foquemo-nos na vida em geral e nos (muitos) aspectos positivos que temos e que felizmente nos envolvem também neste dia a dia e que, nesse aspecto, tenho a sorte de ter onde me agarrar e segurar.... é evidente que, neste campo, tenho feito uma evolução mais rápida e intensa porque, talvez, seja mais fácil e tenha mais ajudas, mas espero conseguir doravante levar também por diante tudo o que diz respeito ao meu quotidiano e assim chegar ao fim de cada dia duma forma positiva e sadia.
Com esse pensamento e essa intenção, espero manter o meu SORRISO com muita força e energia positiva que bem preciso, afastando esta (pequena, mas intensa) nuvem que hoje paira pela minha cabeça.
PS: li agora numa entrevista o seguinte que me parece adequado a este comentário: " ter saudades de um tempo em que havia tempo...."
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