quarta-feira, março 13, 2013

Cansaço

Mais do mesmo... uma dificuldade enorme em levantar-me e em ter ritmo e vontade de iniciar mais um dia, igual a tantos outros e sem (quase) nada para me animar ou estimular.
Esta alternância de humores é difícil de gerir, mas sobretudo sinto-me fisicamente em baixo, havendo dias mais complicados do que outros, na medida em que apenas me apetece ficar em casa, a dormitar e numa completa ausência de responsabilidades ou de empenho em efectuar algo positivo, ou seja, num outro plano de vida e de consciência.
Infelizmente sendo velho para umas coisas, sou ainda muito novo para pensar na reforma ou na pré-reforma que, penso, já nem é possível; também provavelmente iria para casa fartar-me ao fim de algum tempo e dar com a cabeça nas paredes... mas ao menos livrar-me-ia de muita coisa, mantendo alguns dias de Consultório.
Estou farto e cansado deste dia a dia imprevisível e sobretudo da carga humana que envolve este dia a dia, com as alterações e idiossincrasias de cada um de nós e, por vezes, uma difícil convivência entre as pessoas. Parece que, neste momento, há a vontade deliberada das pessoas em estar em permanente conflito e não haver uma pacificação normal e duradoura.
Houve uma evolução estranha no caso do meu julgamento, que foi a segunda falta do advogado da outra parte que, perante a lei, significa a anulação da acusação e o encerramento do processo. A juíza deu dez dias para haver uma justificação da falta e depois disso tem que emitir uma resposta ao pedido do meu advogado de anulação da acusação e encerramento deste caso, como diz a lei.
Vamos ver o que acontece e se assim for, e tenho esperança, fecha-se finalmente mais outro processo que se arrasta há tantos anos.
Ontem alugámos um filme e estivemos a ver o "Argo" que ganhou uns Óscares; passa-se no Irão, nos tempos revolucionários e completamente anárquicos após a saída do Xá e a entrada do Komeini, com o seu fundamentalismo e a tomada da embaixada dos USA, que deu origem a uma crise que durou mais de 440 dias de aprisionamento dos funcionários da embaixada.
Comparativamente a essa revolução iraniana, o nosso 25 de Abril foi mesmo uma revolução dos cravos, com um grande exagero nas nacionalizações e na destruição do tecido social, mas felizmente sem mortes nem grandes convulsões sociais. Alias a partir do dia 25 de Novembro de 1975 as coisas retomaram o seu desenrolar mais ou menos normal, se bem que ainda estejamos a "pagar" por todos os excessos cometidos nessa altura e nos anos subsequentes.
A vida tem destas voltas e contra voltas e é necessário encontrarmos em nós a força e a energia para continuarmos neste dia a dia, o que nem sempre acontece, mesmo que tenhamos presente a necessidade de termos sempre o nosso SORRISO cheio de "garra" e de empenho na construção deste dia a dia que se vai tornando por vezes pesado e monótono.

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