Estou adoentado e por isso estou também meio deprimido, como sempre fico quando estou fisicamente em baixo. Na verdade o meu ponto fraco é mesmo a área ORL, porque estou mesmo com a orofaringe bastante atacada e mesmo com toda a medicação que estou já a fazer parece que não melhora. Entretanto os comprimidos também me vai dando cabo do estômago que já pouco aguenta de sobrecarga medicamentosa. Vamos a ver a continuação !
Arrastei-me até ao SAMS e, com poucos doentes, cá vou estando por algum tempo sem qualquer vontade e sobretudo num estado de espirito péssimo, que é o que me deixa ainda mais aborrecido.
Começo a ficar francamente preocupado com o acentuado decréscimo de doente aqui, porque tenho imensos buracos nas consultas, o que nunca tinha acontecido. Sei que também acontece aos outros colegas, mas é preocupante. E se resolvem dizer que estou pouco produtivo e que já não tenho lugar neste serviço? Espero que me aguentem até poder entrar numa pré-reforma quando fizer os 55 anos... Ou já não haverá essa possibilidade?
Ainda por cima não tenho qualquer colega conhecido a trabalhar hoje nas urgências para estar mais à vontade, mas não há problema porque depois vou ao meu ORL e ele resolve-me a situação da justificação.
Quando estou assim, fico extremamente carente e ainda mais necessitado de carinhos do que o habitual, porque a minha faceta de menino mimado fica bastante mais acentuada e mesmo sabendo que não é lógico ou racional, sinto-me pela falta dessa mesma atenção extra. Coisas da vida e de feitio!
Ontem foi um domingo de casa e sem sermos ido lanchar ao PapaFina, não fiz rigorosamente mais nada a não ser dormitar, ler e lamentar-me, com a sensação de que estava mesmo mal e a "morrer". Devia ter ficado em casa hoje e agora para ficar completamente bem mas também me aborrece ficar em casa, tanto mais que acho que este episódio pode estar relacionado com as alterações iniciadas hoje na clinica, com uma nova recepcionista e a reentrada da Joana como minha assistente de gabinete. Não é a solução que mais queria, mas foi a solução consensual e a que talvez melhor resulte. Vamos a ver se ganho confiança na nova funcionária e esperar que ela Consiga aguentar o barco e a pressão do lugar.
O tempo corre em grande velocidade e estamos já quase no fim deste primeiro mês do ano. O Pedro está quase de partida para a Índia, nos seus 15 dias de ferias e o Fran a um mês de iniciar o seu Erasmus. Começa a fazer-me confusão ficar, em simultâneo, sem os meus filhos por perto, mas como é a vida deles e sobretudo uma experiência fantástica, só desejo que tudo corra muitíssimo bem e que ambos consigam concretizar os seus sonhos e torná-los realidade. Sinto que ambos têm as capacidades necessárias pelo que devem "apenas" fazer o seu melhor e seguir em frente.
Como é natural, quero o melhor para ambos e tenho plena confiança nos seus potenciais de vida, na certeza de que tudo farei para os ajudar a realizar o melhor possível a sua vida. É o que todos os pais certamente fazem pelos filhos e pela sua família.
Fica um grande SORRISO, na tentativa de melhorar a minha disposição e forca anímica porque temos que seguir em frente e termos a força suficiente e necessária para enfrentarmos o nosso quotidiano. Um especial SORRISO de melhoras para mim mesmo!
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