quarta-feira, dezembro 07, 2011

Retrocessos...

Pensava que a crise e as circunstâncias dos tempos tinham mudado hábitos e comportamentos, mas constato que o espirito dos portugueses é constante e que dificilmente muda, por muito adversar que sejam as condições existentes.
Na semana passada, foi admitida uma funcionária com 40 anos, amiga do nosso director clinico que, ao fim do dia, comunicou que não aceitava continuar porque preferia ficar a receber do subsidio de desemprego, mesmo que ele acabe daqui a uns 4 ou 5 meses. Por causa dessa opção falhada, perdemos a oportunidade de contratarmos duas que apareceram nessa altura e que agora já arranjaram colocação.
Neste momento, as respostas que temos são más, sem muita experiência porque nesta altura do ano, as pessoas só pensam nas festividades e só querem pensar em trabalho a partir de Janeiro, mesmo que tenham muitas dificuldades.
Pensava que estas dificuldades em arranjar pessoal pertenciam ao passado, uma vez que com 700 mil desempregados e com os sucessivos cortes nos abonos, houvesse maior disponibilidade das pessoas e maior vontade em trabalhar, mas pelos vistos a economia paralela e outros meios de subsistência conseguem manter as pessoas afastadas do mercado de trabalho.
Com esta mentalidade e forma de estar na vida, é mais do que evidente que este nosso (pobre) País nunca sairá da posição em que se encontra porque ninguém quer trabalhar, nem empenhar-se seriamente no que se tem que fazer e são raras as excepções a esta regra. Por isso tenho aconselhado a melhorar as condições das que temos para que não fiquemos completamente à nora sem pessoal qualificado.
Infelizmente a crise que atravessamos não possibilita oferecer melhores condições e todos deviam entender isso, mas se por um lado apenas se exige mais sem contrapartidas por outro lado também há empregadores que abusam da conjuntura e não valorizam as pessoas.
Tem mesmo que haver uma mudança das regras para punir quem não aceita ofertas de emprego e a essas pessoas deveria ser imediatamente retirado os respectivos abonos. Talvez assim se conseguisse mais facilmente pessoal qualificado e com vontade de trabalhar.
É simplesmente inacreditável este estado de coisas e de espirito a que assistimos neste País, que continua a afundar-se diariamente e que com atitudes destas e pessoas assim dificilmente conseguirá sair deste enorme buraco em que estamos.
Estamos em plena época natalícia e sinceramente ainda não senti qualquer espirito nem vontade de qualquer comemoração, tanto mais que mais uma vez a familia vai estar separada nesta altura e sem conseguirmos, uma vez mais, estarmos todos juntos. Tem sido assim nos últimos tempos e certamente que vai continuar pelo que tenho pouca vontade de grandes festejos e muito pouco espirito natalício. Mas vamos a ver como vai tudo correr e aonde vou estar com os meus filhos.
Tenho talvez a hipótese de recomeçar a exercer clinica geral, em condições razoáveis e pacatas o que não só me permite "matar" saudades, como também ocupar alguns tempos livres que tenho e ganhar mais alguma coisa para os alfinetes. Vamos a ver como tudo se vai processar e se haverá concretização destes projectos.
Um enorme SORRISO cheio de vontade de nada fazer e de me ocupar de mesmo nada, apesar de me sentir em Paz comigo e de estar preparado para continuar a crescer como pessoas e de tentar atingir o tal EU superior que tem andado um pouco esquecido e que orienta a nossa vida. Tenho que fazer mais por estar em sintonia e aprender com o Universo, e com todas estas forças que nos envolvem e que se, devidamente percebidas, nos protegem e ajudam!

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