domingo, outubro 16, 2011

Amadeus

Ontem fomos ao teatro, ver a peça "Amadeus", que é, evidentemente, a história de Mozart e a sua relação com Salieri.
Sala do Teatro Dona Maria praticamente cheia, renovada e bonita, e uma actuação extraordinária do Diogo Infante e do Ivo Canelas, com os papeis principais. O Diogo Infante, de Salieri, consegue interpretar com um imenso realismo duas fases da vida deste, metamorfoseando-se em palco com uma capacidade enorme, ficando com uma postura e um falar de idoso que é surpreendente. Fez-me lembrar a dualidade duma cantora que vi em "Evita" na Broadway e que me surpreendeu imenso na altura pela capacidade vocal de alterar o tom e a voz!
Foi uma agradável surpresa, a peça, a representação, a sala, a coreografia, bem como estar a sala cheia, o que é bastante positivo e significa que, bons espectáculos, têm sempre pessoas e que merecem estar em cena. Quando companhias de teatro e outras se queixam da falta de dinheiro e sobretudo de subsídios do estado, deviam começar por fazer espectáculos de qualidade e que cativassem pessoas e não peças "intelectualóides" sem qualquer interesse ou realismo.
Mesmo teatro experimental, como tanto vi após o 25 de Abril tem que ter qualidade e as pequenas companhias devem apostar na qualidade e na diversidade para serem viáveis e não dependentes dos subsídios.
Também constatei que, à noite, a Baixa está morta e sem qualquer movimento o que é pena e lamentável. Não sei bem o que se poderia fazer, mas talvez um pouco de animação no Terreiro do Paço e no Rossio fosse benéfico para aquela zona. Recordei a praça de São Marcos com montes de movimento, musica por pequenas orquestras e tive pena de não ver também Lisboa com essas iniciativas.
Achei também a zona triste, um pouco suja e principalmente sem qualquer estímulo para que as pessoas a frequentem e dever-se-ia pensar nisso. A Mª José N.Pinto tinha um plano de revitalização da Baixa que, aparentemente, ficou no papel. poder-se-ia conjugar a animação do Chiado com a do resto da baixa, porque mesmo assim o Chiado e Bairro Alto têm movimento e iniciativas que a fazem estar viva e movimentada.
Foi uma noite bem sucedida e que valeu bem a pena assistir. Sobretudo depois do stress causado pela transmissão da manifestação dos "indignados" que gerou alguma confusão em frente à Assembleia da República.
Foi bastante semelhante à manifestação de 12 de Março, a que fomos, porque as pessoas continuam cansadas, desesperadas e sobretudo sem qualquer estímulo e ideia do seu futuro.
Desta vez não fomos, porque infelizmente temos que perceber que, apesar das soluções não serem as melhores, não as podemos alterar neste momento porque já perdemos a nossa soberania e capacidade de decidir, pelo que este é o caminho que nos é imposto por quem manda. Talvez com esta determinação - e Passos Coelho demonstrou coragem e firmeza - seja possível para o ano alterar algumas condições e assim aliviar a pesadíssima carga e recessão que vamos ter e que, pessoalmente, me está a deixar bastante assustado e preocupado.
Esta semana temos que delinear estratégias e programas para cativarmos pessoas e fidelizarmos doentes de modo a termos movimento e rentabilidade na clínica, mas é preciso que ele perceba que também tem que ceder em alguma coisa. Também vou sugerir que se abra ao sábado, com aquelas horas extras que se vão ter que fazer !
Hoje, domingo, mais umas voltas e pouco mais a não ser descansar e reflectir na vida, nas mudanças e também no AMOR e Amizade, que são valores importantíssimos e cada vez mais valiosos neste nosso quotidiano.
PS: fomos até ao Corte Inglês - e pouca gente, mas parece ser normal aos domingos - e ao Allegro à Fnac porque pensava que já  estaria á venda o novo livro de Rodrigues dos Santos com desconto. Mas afinal o desconto é nos outros livros dele e ainda não saiu este novo.



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