sábado, agosto 29, 2009

Fim de semana

Mais um fim de semana, último deste mês de verão e entrada no que eu considero princípio do ano. A tarefa mais importante neste momento é a preparação do jantar dos 18 anos do meu filhote, que será no próximo dia 14 de Setembro. É incrível a velocidade com que o tempo passa e como é possível terem já passado 18 anos desde que o Fran nasceu e nos primeiros dias de vida, recebeu uma transfusão total, com o nosso desconhecimento, surpresa e choque. Ao chegarmos ao hospital, aonde ele tinha ficado internado mais uns dias por icterícia, vimos um bebé a receber essa dita transfusão e quando nos apercebemos que era o nosso Fran, foi um enorme choque e preocupação. Mas felizmente que tudo correu bem e aqui está ele agora já quase na maioridade, com a sua personalidade e identidade própria e muito bonita. Tenho um grande orgulho nele e eles são, como sabem, a razão da minha vida e da minha existência. Muitas vezes pode não lhes parecer, mas a verdade é que nem sempre a vida nos corre como nós queremos e o facto de nem sempre estarmos presentes, não significa de forma alguma desinteresse ou falta de cuidado, tanto mais que eu penso estar devidamente informado da vida dos meus filhos e saber tudo aquilo que interessa. Não é de modo algum a relação distante e fria que eu tinha com meu próprio Pai, que não sabia minimamente da minha vida, nem tão pouco eu sabia da dele. Eram vidas distintas e sem qualquer comparação com as de hoje e felizmente que assim é. Penso que faço mais parte da vida dos meus filhos do que alguma vez fiz da do meu Pai e isso é naturalmente fruto da evolução dos tempos e também do empenho nas relações que queremos ter.
Olhar à nossa volta e ver dois jovens adultos, os nossos filhos, a fazer pela vida e a quererem crescer e imporem-se na vida é algo de simultâneamente maravilhoso e assustador, porque se por um lado temos confiança e acreditamos nas capacidades que têm, por outro lado vemos o estado deste nosso mundo e realidade e interrogamo-nos acerca do que será possível fazer para se ter uma vida condigna. Mas sei que a vida é deles e que eles estão melhor preparados para o mundo de hoje, do que eu estou ou estava.
Lembro-me de que aos meus 18 anos, estava já na faculdade e que nos fins de semana se ia ao cinema, cear às galerias ritz e depois a pé íamos deixando as amigas em casa e eu o o meu grande amigo Fernando íamos caminhando por Lisboa de madrugada até às respectivas casas que eram relativamente perto. Outros tempos e outras maneiras de estar na vida, sem estas solicitações permanentes, nem este frenesim de vida com milhentas coisas para fazer, mas menos segurança e até intimidade nas relações. Antes tínhamos amigos para toda a vida, como eu tenho desse tempo e guardavámos boas recordações desses tempos, o que não me parece ser actualmente o caso.
Estamos a um mês das eleições legislativas e parece-me que, infelizmente, se irá discutir tudo menos o fundamental, que é o futuro do País e a sua viabilidade. Cada vez leio e ouço mais vozes preocupadas e atentas ao estado actual deste nosso Portugal, mas não vejo os decisores actuais e futuros com uma visão global e segura da realidade e das medidas a tomar. Tenho as minhas inclinações e neste momento tenho a certeza em quem irei votar e espero sinceramente que se confirme aquilo que eu gostaria que acontecesse.
Mas a verdade é que acho, sinto e penso que a maioria das pessoas anda alheada da realidade e do que será preciso fazer para sairmos desta grave e profunda crise, se quisermos ter um futuro e hipóteses de sermos viáveis. Não é ser pessimista, nem tão pouco fatalista, mas apenas querer que Portugal seja um País com capacidades de dar uma vida decente e digna a todos os que aqui vivem e nomeadamente aos meus filhos e familiares. Quanto a mim, pertenço a uma geração da crise, ou seja, desde que me lembro que estamos em crise e em bancarrota, como aconteceu nos anos 80, mas a verdade é que nessa altura havia lideres e pessoas capazes de grandes desígnios nacionais e actualmente falta essa visão abrangente e mobilizadora. Vejo essa capacidade, numa pequena escala, em poucos dirigentes políticos e é opinião generalizada que todos estão na vida política por objectivos pessoais e de favores.
Para além de desígnios nacionais, há que moralizar a vida pública e respeitar os valores humanos e da dignidade. Como dizia o meu Pai, " à mulher de César não basta ser séria, Tem que o parecer ". Como acreditar que, pessoas que constantemente aparecem associados a situações dúbias, a conexões estranhas e com negócios mal explicados, nos podem governar em condições e duma forma linear e correcta. Eu tenho as minhas dúvidas e espero que a maioria também as tenha e vote de acordo com esta realidade. Só desejo o melhor para o meu País, de modo a que este se torne num País onde valha a pena viver e onde a felicidade seja acessível a todos. Utopia ??
Para este fim de semana, um SORRISO cheio de ESPERANÇA dum mundo melhor e de ALEGRIA de viver nesse mesmo mundo.

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