quinta-feira, julho 06, 2017

Marias

Fiquei, hoje, extremamente surpreendido por me ter apercebido que nunca tinha desenvolvido como "meu" AA, a temática MB... como é possível que uma pessoa tão marcante na minha vida, positiva e negativamente, nunca tivesse sido barrada e contada ?
Estava a ouvir-me falar e a compreender a importância dessa relação tão perturbadora, tão controladora e desgastante que marcou profundamente a minha vida durante décadas; fui usado, fui desgastando e pressionado duma forma enorme em direcções completamente anómalas e disfuncionais, como era sempre qualquer assunto, facto ou narrativa associado a essa senhora.
Durante tanto tempo, foi uma personagem central na minha vida, marcante em tantos aspectos e simultaneamente abriu-me a mente para tanta coisa, deu-me tanto e tanto de inovação, conhecimentos, pessoas e por outro lado tanto me prejudicou, tanta influência negativa teve, tanto mal causou.
Mas o que me espanta mais é o facto de ao fim de quatro anos nunca ter abordado com o AA este tema, o que é surpreendente. Sinto que, provavelmente, haverá Ainda muitos outros temas nunca falados porque na verdade em sessenta anos acumulei muita e muita coisa, muitas estórias, muitos factos, muitas pessoas, muitas e muitas coisas mais que são já parte do meu património e da minha identidade.
Essa pessoa foi responsável por tantos e tantos episódios, uns muito bons e outros muitíssimo maus, negativos e nefastos; fez a vida negra a tanta gente, criou tantos conflitos entre as pessoas, numa de dividir para reinar que, agora, está sozinha, enferma e completamente incapacitada numa casa de idosos sem se aperceber de como está. É triste como se acaba assim uma vida tão rica e plena de tanta coisa.
Mas talvez seja verdade quando se diz que o que se faz, paga-se nesta vida e não noutra pelo que tudo o que se passa neste momento é fruto desses actos praticados, da maledicências, da maldade gratuita, da intencionalidade da narrativa, das muitas estórias reescritas, mal contadas ou confabularas.
Estou também convencido que a minha relação começou a "cair" pela sua indluencia porque reparava que, quando, estávamos com ela havia alterações de comportamento e de atitudes e até houve alturas em que comecei a tentar que não houvesse encontros, fins de semana e assim. Mas sinto que despoletou muita coisa porque não conseguia ver ninguém. Feliz.
E fica o meu SORRISO, sabendo que ainda tenho muitas estórias para contar e entranhar, nesta FELICIDADE que procuro em mim mesmo e neste estado de loucura que declarei.



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