quinta-feira, junho 15, 2017

(Ainda) Cordova

Mais um dia de calor e de passeio por Cordova, desta vez pela cidade moderna e "normal"... pelas avenidas principais, pelo Corte Inglês sem o significado de outrora em que ir a estes armazéns era o mesmo que estar em Espanha. Como muitas das viagens que fiz nos anos 70 e 80 em que tudo era diferente e novidade, porque não tínhamos nada em Lisboa.
Agora qualquer capital ou qualquer cidade da Europa é quase igual a todas as outras com as mesmas grandes lojas, grandes cadeias de restaurantes apenas se diferenciando pelo folclore local e pela especificidade existente. Não se consegue encontrar muita coisa diferente ou exótica por esta Europa fora. Mas é bom estar neste rebuliço citadino, sentado numa esplanada a beber um bom sumo de laranja para compensar a desidratação provocado pelo calor intenso que se continua a fazer sentir.
Hoje vou, simplesmente, passear sem destino certo e sem grandes preocupações, tanto mais que continuo a sentir este imenso cansaço que me tem vindo a deixar preocupado, por não ser natural. Esperemos que seja apenas a "ressaca" dos últimos tempos e que me passe em breve. 
Apesar desse pequeno contratempo, estou tranquilo, Pacífico e consciente do muito que andei até aqui chegar, em termos emocionais, mentais e de reforço do que sou e do que quero ser. Nestes passeios solitários, em que converso, e muito, comigo mesmo, vou reflectindo acerca da vida, do meu dia a dia, das muitas pessoas que se atravessam no caminho e quais as que, realmente, valem a pena. Há sempre uma pessoa, e sempre a mesma, que me vem muitas e muitas vezes à memória pelas muitas e muitas viagens que fizemos e pela enorme saudade que ainda hoje sinto. 
Olho para hoje e constato a abissal diferença existente entre este Luis e o de há uns anos em que teria de estar programado, em que qualquer desvio fazia sentir-me extremamente inseguro e assustado, em que tinha de estar constantemente acompanhado para não ter receio do que quer que fosse. Hoje ando até de carro pela cidade que não conheço, perdendo-me e voltando a encontrar o caminho sem receios ou pânicos, desfrutando o que vejo e Ainda estando em paz comigo mesmo e com aquilo que vejo em mim.
Claro que adoraria estar com alguém com quem tivesse uma vivência, um relacionamento normal e salutar mas será que algum dia encontrarei uma pessoa com quem queira mesmo estar e viver o meu dia a dia ?  Veremos o que o futuro nos possa trazer. 
Já decidi que este verão, nas minhas próximas férias em Agosto, tentarei ir numa excursão algures que não sei ainda onde, para estar com mais pessoas, bem como com algo organizado doutra forma e duma maneira em que não tenha de "pensar" no que vou ou não fazer. É mais fácil como verifiquei no ano passado naquela que foi uma viagem fantástica e maravilhosa, que ainda hoje recordo com saudade.
Hoje é feriado em Portugal, nem sei bem porque, mas por aqui é um dia normalissimo, cheio de movimento como em todas as cidades espanholas, com o habitual barulho dos naturais que falam alto e muito. Lembro-me sempre do meu irmão e cunhada em pleno museu de arte moderna em Lisboa a falarem altíssimo com um casal de compatriotas que tinham acabado de conhecer. É típico.
Nestes dias tenho-me interrogado bastante acerca do significado da vida, dos objectivos que queremos, bem como do que queremos para o nosso futuro e não tenho respostas concretas e reais, mas apenas a vontade de que a FELICIDADE possa fazer parte do meu futuro seja de que maneira for. 
E com o meu SORRISO - que pode verdadeiro, forte e luminoso, vou conseguir viver a minha vida da melhor forma e duma forma que, efectivamente, faça de mim uma pessoa melhor, mais realista e mais consciente daquilo que sou e quero.

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