Início de semana, depois dum fim de semana algo estranho. Ou seja, penso que quem estará estranho sou mesmo eu, sem conseguir encontrar-me e seguir um caminho, acompanhado duma ansiedade difícil de explicar.
Não sei muito bem o que se passa exactamente, mas há um enorme desconforto interno, uma imensa vontade de fugir para lado algum e sobretudo uma falta de vontade para o desempenho das minhas actividades habituais. Será normal ?? Será depressão ou apenas a minha habitual insatisfação ?
O mais grave da situação é aparentemente não conseguir conciliar este fogo interno e inflamado, com o exterior e não o projectar nas outras pessoas e em particular e como sempre numa só.
Mas também é verdade que se pode tentar estimular ou alterar certos procedimentos e fazer diferente, para que se possa ir ao encontro do(s) outro(S) e não se ficar sempre no mesmo lugar, estático e parado.
A minha grande incompreensão interna é precisamente não saber lidar com esta imobilidade e falta de vontade na mudança, na procura de novos caminhos e de novos trilhos para a nossa vida; não posso, nem devo impor a ninguém a minha visão do mundo, porque nem eu próprio sei neste momento qual é, mas sei que não é desta forma, mas sim doutra qualquer que quero e necessito de descobrir.
Para complementarizar estas minhas incertezas, há pequenos nadas que também pouco ajudam neste momento, desde determinadas atitudes e formas de ser e estar no local de trabalho, como ausências ou "desligar" de certas pessoas que não percebo ou melhor, não aceito.
Pode-se estar em baixo, pode-se não ter vontade de falar ou argumentar mas é, para mim, de mais elementar bom senso, não se provocar o afastamento de quem se gosta e ama e de não procurar a ajuda de que se necessita. Evidentemente que me sinto magoado e triste por determinadas atitudes e silêncios desnecessários, que me remetem para alguns dos meus fantasmas, dos meus medos e receios.
Mas certamente que encontraremos dentro de nós a força e a capacidade de vencermos mais esta etapa e de, no novo ano, encontrarmos novos caminhos ou seguirmos os que estamos a trilhar duma forma consistente e sólida. Para que consigamos construir uma identidade saudável, uma auto-estima sustentável e ainda uma confiança própria e eficaz.
Os abanões que vamos sentindo, a perplexidade do presente, a percepção cada vez mais desagradável que vamos tendo da nossa idade real, bem como esta sensação permanente de não saber o caminho, de desconhecer o ontem, o hoje e o amanhã, deixam-me efectivamente muito cansado, triste e até descrente de tudo e de nada em geral.
Tenhamos a capacidade de manter o nosso SORRISO, de acreditar na vida e ainda de saber que , talvez, ainda possamos fazer alguma coisa na vida para além das muitas que temos feito. Certamente que noutros campos, noutras vertentes da vida e dos seres humanas mas sempre na procura da Felicidade e da nossa realização pessoal efectiva e afectiva. Será que ainda temos capacidades para o fazermos e sermos capazes de seguir em frente ??
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