quinta-feira, dezembro 18, 2014

Natal

Quase, mas quase no Natal.... aproxima-se uma época que me me é simultaneamente agradável e simpática, mas também com más memórias e recordações menos boas.
Comecei efectivamente a gostar do Natal por causa dos meus filhos, porque lhe deram um sentido é um significado diferente e afectivo que nunca tinha entranhado.
Os Natais eram confusos, pela dispersão que tínhamos de fazer, como também pela grande diferença de níveis, porque enquanto dum lado não havia qualquer restrição e os presentes eram sempre muitos e bons, no outro lado havia dificuldades e até a sensação de que não se estaria em igualdade de circunstâncias.
Um pouco aquilo que, nestes dias, também os meus filhos estariam expostos e talvez sentissem, se não houvesse talvez outro entendimento e discernimento. 
Destes 57 Natais, tenho consciência de poucos e tenho a ideia dum tempo a correr, duma casa para outra e depois dum vazio e duma total falta de significado e até de prazer. Nao me lembro do espírito de família, da fraternidade ou algo assim e nestes últimos anos, a consoada em casa da minha cunhada T. com um grande espírito familiar e religioso adquiriu outro significado. Se bem que ao princípio estranha-se tudo aquilo e não me sentisse integrado.
São memórias que vão passando, emoções que se vão sentindo e sobretudo um espírito natalícia que em cada ano que passa, sinto que se vai perdendo. Transforma-se uma festa de família e de amigos, numa festa mais comercial em que se procura apenas o lado dos presentes e menos o aspecto do Amor, da Amizade e da fraternidade entre as pessoas.
Mais um ano em que não fiz qualquer acção de solidariedade, de acompanhamento dos mais necessitados e por isso mesmo ainda não foi desta que fiz algo que quero fazer desde  há muito. Integrar-me num grupo de apoio, ajudar o próximo e tentar fazer o bem sem querer nada em troca é mesmo algo que quero fazer. E que sinto que me fará bem...
Faltam-me quatro (4) dias de trabalho.... teremos então uns dias de descanso, de completa abstracção do quotidiano e neste momento tenho uma necessidade absoluta desse afastamento e desse descanso, porque me sinto fisicamente exausto.
Ainda ontem estava a dissertar acerca do meu estado, físico e mental e cheguei à conclusão deste mesmo cansaço e até desanimo, por não encontrar um caminho, por não compreender exactamente o que quero e preciso e ainda por ter tomado consciência de que, mesmo não o sentindo, já tenho quase seis décadas de vida e que com esta idade será que se pode mudar ou transformar seja o que for?
Evidentemente que todos os dias mudamos, crescemos e amadurecemos se estivermos atentos ao que nos rodeia e soubermos aproveitar o que temos e nos rodeia; a dificuldade é mesmo saber o rumo visto que nem sempre temos uma bússola interna que nos oriente e nos mostre o norte da vida.
Este ziguezague da vida, dos factos e das memórias é constante e portador desse tal cansaço que vou sentindo... não sei bem o que preciso para descansar ou relaxar eficazmente neste momento, mas certamente que será afastado deste ambiente e deste clima negativo é perturbador que me acompanha no quotidiano profissional.
Felizmente que nem tudo é negativo e que apesar de tudo, a decisão tomada há três anos de fechar o meu espaço permanece válida e com todas as razões e mais alguma; ja não teria força anímica para gerir um espaço próprio, nem a vontade para o fazer e estaria certamente, neste momento, à procura duma quadratura do círculo impossível de alcançar.
Por isso, aproveitemos esta época, desfrutemos do Natal e procuramos nas pessoas que nos interessam a Felicidade, a Amizade e o Amor de que sentimos necessidade e deixemos estas minudências que apenas nos desgastam e não trazem qualquer novidade.
Fiquemos neste espírito de Natal, procuremos espalhar o nosso SORRISO por todos aqueles que nos interessam e que Amamos e Estimamos e tentemos fazer destes dias, momentos especiais cheios de Amor e de SORRISOS.

Sem comentários: