segunda-feira, dezembro 08, 2014

Feriado


Feriado... dia 8 de Dezembro que era o dia da Mãe há uns anos até o terem transferido para outro dia por qualquer motivo de que não me lembro.
Coincidência, temos hoje as nossas Mães a almoçar em casa, mas por simples acaso ou talvez não.... nada acontece por acaso e tudo tem uma razão de ser.
Ontem tivemos mais um jantar de aniversário e de amigos, que, ao contrário do que eu esperava ou tinha vontade, correu bem e mais do que isso, se conseguiu falar de coisas sérias, de interesse e de temas que, por acaso, já queria ter abordado há algum tempo.
As voltas da vida são imensas e, muitas vezes, demasiadamente complexas para que as consigamos perceber na sua totalidade e integralidade. Confirmei uma vez mais que, quase todos nós, temos passados complexos, infâncias não conseguidas e também "traumas" por resolver, apesar de termos a consciência desses mesmos problemas e vivencias.
Na verdade, somos o somatório de muita coisa e, com a passagem do tempo, vamos descobrindo isto ou aquilo e muitos de nós têm a capacidade de irem resolvendo o que vai ficando, sem necessidade de ajudas exteriores porque se tem essa capacidade. Outros, por doença ou desvios mentais ou por basismo não só não têm consciência desses mesmos problemas, nem tão pouco a capacidade sequer de os abordar conscientemente.
Nesses casos, é mais do que evidente que os seus comportamentos diários manifestam essa incapacidade e levam à infelicidade, à inconstância e ao não se conseguir estar de bem com o mundo e principalmente com eles próprios.
Neste fim de semana prolongado, de muito frio, Lisboa está cheia de eventos de Natal, cheia de gente e até do espirito natalício que quer queiramos ou não, nos assalta a todos nesta altura. Pelo menos, eu sinto que esta é uma época especial e diferente, que deveria ter mais solidariedade, mais Amor pelo próximo, mais interajuda e ainda uma maior aproximação das pessoas, das famílias e do que nos une de verdade.
Sinto e percebo a importância crescente do Amor familiar e das relações entre pessoas que se amam, se estimam e sobretudo fazem parte do mesmo agregado e grupo, com estórias comuns, passados interligados e ainda um quotidiano em que todos estamos integrados.
É curioso como, com a idade, vamos perdendo capacidades e ainda de conseguirmos fazer uma análise serena e real do que acontece e do que somos, que é o que acontece à minha Mãe. Evidentemente que, perto dos 100 anos, é difícil aperceber-se de que o mundo mudou, de que as pessoas também e que a vida de outrora nada tem a ver com o mundo de hoje.
Os conceitos, a forma de estar, os princípios e principalmente a rapidez desta mesma vida alterou-se radicalmente e muitas vezes falta o tal "golpe de rins" para nos habituarmos ao que nos rodeia. Que é difícil, complicado e muitas vezes até já eu vou sentindo essa mesma dificuldade em me adaptar a estes tempos.
Tempos em que muito muda em pouco tempo e em que nos temos que adaptar rápida e conscientemente para que consigamos acompanhar o ritmo dos tempos e não sermos ultrapassados pelos mais novos e pelos que querem o nosso lugar e/ou privilégios. São tempos difíceis e calculo que ainda mais para pessoas com uma certa idade e sem ligação a uma vida activa e real.
Um grande SORRISO neste ex-dia da Mãe, dedicado a todas as Mães do Mundo, principalmente às que com dificuldades e contra ventos e marés conseguem criar os filhos, dar-lhes o Universo e prepará-los para a vida. Um especial SORRISO


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