domingo, julho 13, 2014

Variantes

Temos uma cidade bonita, diversificada e finalmente voltada para o rio Tejo que merece e já devia ter sido valorizado há muito. Fomos jantar ao terreiro do paço, ao Ministerium, aproveitando o bom tempo, a noite amena e a lembrar o tempo de outrora.
São locais emblemáticos da nossa cidade que, continuam a ser muito visitados e que têm sempre imenso movimento e bastante turismo e onde se está muitíssimo bem nestas noites de verão, com uma boa temperatura e numa envolvência bastante agradável.
Este "deslocar" da cidade para a beira rio é uma excelente e bem sucedida aposta porque nós somos um povo de marinheiros, de água e de proximidade com o mar e o rio que temos, para além de que temos a felicidade de termos uma cidade muito bonita e acolhedora. É por isso que quero mesmo ir viver para Lisboa e de preferência para os meus bairros de eleição, Campo de Ourique ou Lapa.
Estamos numa procura do local que nos agrade visto que, em principio temos uma pessoa interessada em alugar a nossa casa e assim sem gastos ou despesas, poderíamos dar uma volta ao nosso lar e viver num sitio mais central e perto do que gostamos.
Nas voltas da vida e nos seus acasos e imprevistos, estou a adorar reler cartas antigas ( das décadas de 1970 em diante ), cartões diversos, recordações dos meus filhos e sobretudo recordar muitos e bons factos do meu passado que não me lembrava minimamente e que constituem parte integrante da minha vida.
Afinal e ao contrário do que eu sentia, tenho imensas memorias, muitas (boas) recordações e ainda tantas e tantas pessoas que passaram na minha vida, ausentes da vista desde há muito, mas presente no coração e com um lugar cativo desde sempre e para sempre. 
Fantástica a vivência que tive, os locais por onde andei, as impressões que deixei e as muitas e muitas pessoas que conheci, que foram parte integrante da minha vida. E ainda mais agradável ler muito do que escrevi, poemas que fiz, cartas que recebi nesses tempos em que se escrevia, se falava de viva voz e em que os momentos eram reais, mais verdadeiros e que deixavam as suas marcas.
Actualmente, com os computadores, portáteis, tablets, Iphones e semelhantes tudo passa por essas ferramentas sem o suporte físico e aparentemente mais real e possível de ser recordado. Por acaso até guardo (quase) todos os emails, fotografias e outras desses meios de comunicação actuais mas não é a mesma coisa que ter na mão e ler uma carta duma irmã, irmão ou amigo/a a contar-nos novidades e a expressar sentimentos. Sinto-me feliz com estas recordações e felizmente que me foram devolvidas.
Em 31 de Novembro de 1984, pelas 00.17 minutos, escrevia:
"......
A vida!
eterno problema
de difícil resolução
que queremos perceber e saber
na sua total plenitude.
A vida!
Como é ?

Extracto dum longo "poema" escrito nessa altura e um dos muitos que descobri também nestes papeis e que, apesar de nada serem em termos poéticos ou literários me dizem muito e até me parecem ter alguma melodia e harmonia. Mas evidentemente que a minha opinião pouco conta porque são meus e escritos por mim.
Houve uma altura em que escrevia imenso e sobretudo tentava fazer poesia, que me saia de rajada, sem grandes emendas ou alterações. Pegava na caneta e no papel e escrevia, como há muito que não o faço.
O vicio das ferramentas actuais é precisamente o não nos deixar espaço para a escrita, para libertar o nosso potencial e a nossa capacidade de escrever ou exprimir sentimentos. Acho e sinto que o fazemos/fazíamos mais facilmente no papel do que o conseguimos fazer num computador ou tablets. Mas vou recordando emocionado tudo aquilo que está nesses papeis.
Neste domingo, vamos ainda ver uma casa que me parece bastante promissora e continuar numa de arrumações e de recordações, com um cada vez maior SORRISO mais sentido e com muito sentimento e felicidade.



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