domingo, julho 27, 2014

Domingo

Há alturas em que tenho uma enorme vontade de fugir e ir para além desta rotina monótona e aborrecida. Aproveito para arrumações, ver papeis que me têm relembrado imenso um passado que toma cada vez mais forma e consistência na minha identidade.
Encontrei alguns "poemas" escritos por mim na década de 80, tendo pena de não saber dum caderno onde escrevia todos os meus (supostos) poemas porque apesar de nada valerem gostava de os reler e de os ter.

"A VIda!
qual o seu significado,
os seus fins e princípios,
qual a sua real essência ?
Percorremos os seus caminhos,
partimos de algo
( que não sabemos) ,
em direcção a outro algo
( que igualmente desconhecemos )
para alcançarmos o nosso Eu,
o nosso caminho ou rota"

Escrito no dia 13 de Novembro de 1984, pelas 00.17 minutos.

Acho curioso esta minha obstinação acerca da vida, do seu significado e dos seus caminhos. Algumas das respostas estão a ser dadas agora na actualidade, quase trinta anos depois.
Ou seja, sempre me preocupei acerca da VIDA e do que deveríamos fazer dela e com ela, visto que como sei agora e tenho plena consciência somos nós que a fazemos e que a comandamos. As respostas estão em nós e dependem imenso do nosso próprio conhecimento do que somos e também para onde queremos ir.
Neste meu percurso analítico, (re)descubro esta imensa vontade de viver a vida, mas principalmente de a perceber e entranhar a sua essência e a melhor forma de estar e sermos felizes. Ainda me falta imenso para conseguir estar como gostaria, mas tenho a certeza de que nunca hei-de conseguir ficar indiferente ao que me magoa ou me choca intimamente, mas talvez consiga dar outro contexto a determinados factos ou momentos.
Estou cansado, desanimado e até desiludido com certos factos e pessoas, mas tenho que aprender mesmo a contextualizar estes momentos para que não me atinjam tanto e desta forma. Haverá sempre algo que funcione como o meu desconhecido e que me leve para as minhas sombras, os meus medos ou angústias e isso talvez se consiga atenuar, alterar um pouco mas nunca (acho!!) desaparecer completamente.
Lembro-me sempre da cena inicial do filme fantástico " 2001, Odisseia no espaço" em que os macacos se confrontam com um monólito que, para mim, representa o desconhecido que todos nós e a Humanidade sempre terá que enfrentar. Acho que nunca saberemos tudo, nem neste Universo e muito menos acerca de nós próprios.
Na verdade, o nosso conhecimento interior e a nossa cada vez maior regressão pode, e certamente que o fará, trazer á superfície o muito que se tem escondido e encerrado nas muitas gavetas cerebrais mas acredito que não é possível destapar ou limpar todas essas mesmas gavetas por ser impossível rebuscar a tão grande profundidade.
Talvez consigamos alterar a nossa identidade e Ego no sentido de nos sentirmos melhor, mais realizados e felizes, bem como termos a capacidade de diminuir as nossas resistências, encarar os factos e as pessoas duma forma mais racional e ter a plena consciência das nossas limitações e das nossas (in)capacidades... será essa, para mim, uma das finalidades das nossas introspecções  e analises!
Sejamos mais FELIZES, tenhamos a capacidade de em cada dia termos um SORRISO mais positivo, fantástico e integrante neste Universo, bem como a capacidade de percepcionarmos a realidade nas suas diferentes vertentes e realidades. Talvez assim consigamos viver um dia de cada vez duma forma mais plena, mais feliz e mais sorridente.

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