sábado, julho 19, 2014

Passados

Em Porto Covo... dia cinzento, triste mas mesmo assim com boa disposição e bem estar pelo fim de semana, pela companhia e principalmente pela forma como somos recebidos e tratados. Na verdade a família continua a ser uma das pedras basilares das pessoas e da vida.
Vim ontem com o meu irmão e dois dos sobrinhos netos, visto que tirei o dia de ferias e soube-me muitíssimo bem e foi bem diferente. Chegámos um pouco depois do almoço e ainda tivemos quase toda a tarde. Fomos jantar ao Arte e Sal e ouvimos a descrição da viagem à Mongólia que o meu irmão fez há pouco tempo.
Passou por Pequim e depois esteve a fazer uma excursão pelas estepes desse País, que pelas descrições deve ser fantástico, se bem que com pouco para se ver. Mas pela natureza e pela paisagem, bem como pela simpatia das suas gentes, deve valer a pena visitar. É um país enorme ( maior que França e Alemanha juntas ) com apenas dois milhões de habitantes, dos quais cerca de metade na capital e o resto vivendo em nomadismo. São maneiras de vida e de estar completamente diferentes..
Também vamos encontrar na nossa próxima viagem uma cultura totalmente diferente e até estranha para nós mas que me está a entusiasmar bastante. Estou a ler um livro acerca da história da Índia e, evidentemente, que há muitos factos que já conheço mas muitos  outros de que estou a tomar conhecimento para perceber melhor as vissicitudes desse grande e imenso País, independente desde 1947. 
Neste processo actual, desta minha redescoberta da minha identidade e do meu Ego, "perdido" algures no tempo e no espaço valorizo imenso as pessoas, o presente mas também o enquadramento do passado. E felizmente descobri nestes últimos tempos que tenho um passado rico, cheio de factos e de pessoas que, talvez, não tenha sabido valorizar  devidamente na altura e que começo agora a aperceber-me da sua importância e da sua realidade.
A amnésia que parecia haver em relação a esse mesmo passado parece estar a dissipar-se e a reaparecer, com flashes de memórias, recordações e até de contactos com pessoas que fizeram parte e foram duma importância capital nesse mesmo passado.
Quero e espero conseguir recuperar parte dessas memórias e ainda voltar ao contacto com algumas das pessoas marcantes dessa época e com quem privei diariamente anos a fio. Depois sem razão aparente ou que eu me lembre, esse contacto encerrou-se e cada qual seguiu a sua vida e rumo. Curiosamente e apesar desta ausência, penso que todos nós nos lembramos dos outros e mantemos viva a Amizade que nos uniu e que foi/é bem forte.
É evidente também que todo este "renascer" das memórias se deve ao processo analítico em que estou embrenhado, num aprofundamento cada vez maior pelos caminhos do inconsciente. Ou melhor dizendo, ao conseguir trazer para a superfície muito do material guardado nas muitas gavetas que fechei ao longo dos tempos e que agora se estão a abrir e sobretudo a arrumar nos seus locais.
Este processo analítico faz-se se pequenos passos e sem hecatombes ou cataclismos de monta visto que se dão pequenos passos de cada vez e ainda pequenas descobertas devidamente orientadas pelo AA, de quem cada vez mais me sinto próximo e com uma grande e enorme intimidade.
Também é uma novidade para mim esta capacidade de se ser próximo e ter uma relação deste tipo, com uma abertura total e completa sem tabus, segredos ou desajustamentos, tendo de facto sido uma escolha bem feita e bem sucedida.
Também as minhas relações pessoais e afectivas estão bem melhores, pela maior tolerância que acho que tenho, pela maior capacidade em pensar e reflectir antes de agir e até na maior capacidade de "perdoar" factos e pessoas duma forma totalmente diferente do que acontecia há uns meses. Sinto uma grande diferença ou transformação em mim mesmo e penso que os que me rodeiam, me conhecem e gostam de mim também se apercebem dessa mudança.
Fica o meu especial SORRISO com o pensamento focado nesta mudança que quero mais real, mais efectiva e sobretudo com a perspectiva de ser mais feliz e tornar os que amo e estimo também mais felizes. 

Sem comentários: