sábado, julho 09, 2011

Porto Covo

Manhã cinzenta, de pouco sol a caminho de Porto Covo, para uma sardinhada em familia e em convívio.
Ontem fomos à noite, ao CCB, ver a estreia da ópera portuguesa "A Rainha Louca" cantada em português. Uma ópera curta, bem encenada e cantada, tendo a sopralto principal um timbre de voz excelente. Hora e meia de espectáculo, num pequeno auditório que estava com (poucos) lugares vazios, o que demonstra na pratica que a opera não é, efectivamente, um espectáculo de massas.
Basta comparar com o Optimus Alive, a decorrer quase ao lado e ver a multidão que andava por lá e que tem sido uma constante nestes dias de festival.
De facto, a ópera é considerada um espectáculo pára elites, o que não corresponde à sua génese porque nos primórdios era precisamente um espectáculo das massas, com uma adesão fantástica do povo. Quando os cantores ou o enredo não correspondia às expectativas, os actores e o produtor eram vaiados e expulsos.
Depois por motivos vários foi- se transformando este conceito e  por exemplo, em Portugal, antes do 25 de abril, ir ao São Carlos era um must, que obrigava a traje de cerimonia e servia para ser visto e ver. Grande parte das pessoas até não gostava de opera.
Esta era vista pelo povo nos raros espectáculos que se davam no Coliseu e que tinham, normalmente, uma enorme e entusiástica adesão. Lembro-me de ir ao Coliseu com o meu tio Luis ver a " Flauta Magica" e o Papageno!
Comecei a gostar mesmo de opera em NY city quando fui vi, pela primeira vez, ópera legendada e tudo passou a fazer sentido, porque com a minha falta de audição e de compreensão de línguas era- me muito difícil seguir um espectáculo desses. 
No presente e apesar de não irmos muito, gosto de ouvir bons cantores e de ver bons espectáculos. Adorava ver a " Aida" frente às pirâmides porque, já tendo já lá estado, creio que deve ser duma grandiosidade extrema.
Um enorme SORRISO cheio de energia para este sabado cinzento e encoberto a caminho de Porto Covo.

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