quarta-feira, junho 29, 2011

Reflexões

Semana tranquila, de pouco movimento e de pouca rentabilidade. Acho que as pessoas estão finalmente a interiorizar a austeridade e a diminuição dos rendimentos, cortando em tudo aquilo que podem e acham supérfluo. E não havendo dores ou quebra da estética, o dentista não será uma prioridade. 
Também temos de considerar o facto de junho ter sido, por excelência, mês de feriados, de ferias e pouco trabalho e rentabilidade. Esperemos que julho seja bem melhor e mais rentável.
Felizmente que, rapidamente, se aproxima a transferência de consultório e apesar de ir perder parte da minha independência e poder decisório, a verdade é que fico livre da maior parte das minhas despesas e isso dá-me um enorme alivio e a possibilidade de encarar mais optimismo o futuro próximo.
Agora, mais do que nunca, tenho pena deste blogue não ser um espaço fechado, limitado e não público para poder escrever livremente, desabafar e dizer o que me vai na alma. Mas sendo assim, por envolver terceiros e sobretudo por serem factos demasiadamente íntimos e pessoais, não o posso fazer.
Preciso de encontrar rapidamente algo para complementarizar o meu quotidiano, pelo que estou a tentar regressar à medicina familiar, uma vez que há uma enorme falta de médicos nesta área e como tenho algum tempo livre, poderia ser útil e em simultâneo também ganhar mais algum para disponibilizar aos meus filhos ou para actividades extras. Vamos ver se é possível!
Sinto- me vulnerável e estranho, porque estou também demasiado limitado na minha vida e com demasiado tempo livre para o meu gosto e idade, pelo queo ideal é arranjar mesmo mais alguma coisa, ou em regime de voluntariado ou um part time. Tinha prometido no fim do verão passado procurar algo para fazer, mas a verdade é que o tempo vai passando e nada fiz, sendo talvez necessário haver uma obrigatoriedade.
Pela luta profissional diária, sinto- me desgastado e cansado pelo que acho que a partir de Setembro com a diminuição de encargos, ficarei não só mais aliviado como principalmente com maior vontade de fazer outras coisas e estar mais ocupado. Esperemos que assim seja!
Vivemos anos dum falso desafogo e agora vamos entrar mesmo num apertar de cinto violenta, com menos rendimentos disponíveis e maiores descontos e pagamentos ao estado, pelo que temos que ter isso em conta no nosso dia a dia e poupar mais e melhor.
Será que ao fim destes anos vamos estar melhores, com um País mais produtivo e rentável, com possibilidade de futuro pata os nossos filhos ou estaremos como a Grécia num caos total e sem qualquer possibilidade de futuro ou de esperança ? Assusta-me a ausência de liderança da Europa e da incapacidade em dar um rumo a este continente com medidas corajosas e necessárias porque tem que ser mesmo todos por um e um por todos. Ou seja, todos os países tem que colaborar e remar no mesmo sentido para que possamos em conjunto, na zona euro, sairmos deste buraco e construirmos uma verdadeira Europa. Enquanto os lideres não quiserem entender isso, vai ser mesmo difícil sairmos desta turbulência, fazendo mesmo falta a visão de estadistas como o Jacques Dellors, o Miterrand, o Helmut Koll e mais uns poucos com visão global e verdadeiro espirito europeu.
Mas tenhamos esperança de que colectivamente se resolva tudo e que neste cantinho consigamos efectiva e realmente trabalhar melhor, produzir mais e dar esperança às novas gerações.
A nível pessoal, também espero por melhores dias, com mais optimismo e concórdia, na certeza de que os sentimentos existem e de que os conflitos diários podem e devem ser resolvidos se houver vontade e capacidade para isso. Também espero que  assim seja, porque é mesmo isso que eu desejo mesmo.
Um enorme SORRISO nesta 4a feira, meio da semana de trabalho e com a vontade de ir espairecer e passear pela praia e ao sol, para recarregar as baterias. Precisava de estar na tranquilidade de Sesimbra para naquela pacatez recuperarmos o nosso equilíbrio pessoal e relacional.

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