domingo, outubro 31, 2010

Em Sto André

Viemos ontem para Sto André, debaixo dum temporal de chuva, vento e nevoeiro, pouco propício a viagens, mas com a aliciante de virmos para a lareira e estarmos na preguiça o resto do dia e do fim de semana.
Cá chegámos e estivemos, jantámos e estivemos depois a ver um filme " No segredo dos teus olhos", um thriller argentino, bem construído e imaginado, que se vê muito bem.Trouxe ainda mais dois filmes que queria ver, o "Agóra" e o Robin Hood, última versão cinematográfica.
Felizmente que já fiz o chamado período de "luto" por Sto André, ou seja, guardo as muitas memórias e emoções deste espaço fantástico, mas numa perspectiva externa,  o que quer dizer que é algo que faz parte intrínseca do meu ser, sem ser necessário a sua existência física. Daí uma certa resistência de cá vir e de aqui ficar, porque neste presente á não me identifico mais com este local. As minhas emoções e as minhas memórias começam a identificar-se mais com Sesimbra. São factos da vida...
De qualquer forma, gosto de aqui estar como gosto de estar noutros locais bonitos e com estórias, tendo por este um especial carinho como é evidente.
Mesmo a hipótese de ser vendido e de deixar de pertencer à família já não me assusta como quando ouvi falar nisso pela primeira vez, porque percebo as razões e talvez seja o mais lógico, visto que pelo evoluir da vida as razões mudam e há evoluções inesperadas.
É um sinal dos tempos difíceis em que se vive e também de opções menos acertadas tomadas há muitos anos, uma vez que talvez ( e é um enorme talvez ) se pudessem ter considerado outras opções para a viabilidade futura deste espaço. MAs agora é inútil pensar nessas hipóteses uma vez que é completamente impossível voltar atrás.
O que importa e fica são as vivências e as memórias e essas ninguém as pode tirar ou subtrair do meu código genético e do meu passado. Pertencem-me e tentarei transmiti-las aos meus filhos e eles aos filhos, para perpetuar pelos tempos as minhas memórias.
Aqui coabitam uma série de estórias, de famílias, de memórias do meu Pai, da minha avó Eduarda, de muitos amigos, da adolescência e de muitas e muitas cenas que me vão passando, em flashes, pela minha mente e vista. Duma forma completamente pacífica e gratificante.
Hoje o programa é estar na preguiça, a ler e a dormitar, ao pé da lareira vendo e sentindo o crepitar das chamas e tentar recarregar baterias para este novo mês que vai começar, neste final de ano. Que tudo continue a correr o melhor possível e sem grandes sobressaltos porque que encarar o futuro com energia e acreditar no Universo e nas suas imensas potencialidades, de modo a podermos seguir com a nossa vida e de quem nós depende.
Vou começar a ler o "Anjo Branco" do José Rodrigues dos Santos, a ver se é melhor do que os outros que são fracotes e desinteressantes.
Um enorme e luminoso SORRISO com toda a força emanada desta terra onde estou, imbuída de tantos espíritos e memórias.

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