quarta-feira, outubro 27, 2010

Meio da Semana

Mais um dia, a meio duma semana difícil e custosa de realizar porque neste momento parece que estamos todos suspensos do que vai acontecer a todos nós, nestas negociações infindáveis e prolongadas. Há, efectivamente, uma tal indefinição que se reflecte no dia a dia de todos nós, com o adiar de decisões, de resoluções e de gastos, considerados supérfluos, o que, necessariamente, se reflecte no meu quotidiano.
A verdade é que é esta realidade que me ocupa os dias e muito me preocupa porque de todos os lados, de todos os colegas a informação é a mesma. Ou seja, há uma queda brutal e generalizada, não se sabendo se é apenas fruto de todas estas notícias trágicas ou desta indecisão momentânea em que as pessoas estão à espera de ver o que se vai passar para poderem tomar decisões.
De qualquer maneira, é tempo de ponderar, tomar, talvez, alguns decisões de futuro e sobretudo, conter todas as despesas supérfluas enquanto ainda estamos bem e conseguimos fazer face a todos as despesas. Ou seja, a dificuldade está sobretudo nas marcações e na agenda, uma vez que há uma enorme quantidade de desmarcações e adiamentos, bem como uma acentuada diminuição de grandes trabalhos, implantes etc.
É evidente que tudo isto me preocupa, tanto mais que as despesas se mantêm, com uma certa inconsciência dos meus filhos para esta realidade e alguma dificuldade em cortar a direito enquanto é tempo, mas até ao final do ano vou resolver uma série de coisas e preparar-me para um dos anos mais difíceis de sempre, que é o que prevejo para 2011. Para isso tem que haver a colaboração de todos e a aceitação desta realidade que, infelizmente, temos e que agora já não é possível alterar.
Ontem o nosso Presidente lançou finalmente a sua recandidatura e penso que fez bem, porque de todos os candidatos é aquele que oferece melhores garantias de estabilidade e de responsabilidade pois seria um verdadeiro desastre - a juntar aos demais - a eleição de Manuel Alegre que felizmente não me parece ter grande eco na sociedade e que neste clima de incerteza e angústia colectiva, não desperta qualquer entusiasmo como aconteceu há 4 ou 5 anos com a sua candidatura independente do PS e contra Mário Soares. Tinha outro élan e outra motivação que esta não tinha.
Esta semana vou começar a ver presentes de Natal, se bem que já tenha ideias para muitos deles, porque este ano vai ser mesmo umas lembranças e pouco mais e mesmo para as pessoas muito queridas o racionamento vai chegar.
Sinto-me vazio e quando começo o dia, com palavras secas e desprovidas de todo o carinho e atenção, pior ainda uma vez que estou bastante fragilizado e necessitado de mais atenção e amor. Sei que podemos estar todos mais angustiados ou preocupados, mas a verdade é que ando há muito a alertar para algumas realidades que gostaria de ver mudadas e sentir-me mais acompanhado e querido. Será pedir muito ou será que ando demasiado susceptível ? E quando não se consegue transmitir o nosso ponto de vista ainda mais triste fico, porque por vezes me sinto num enorme plano inclinado, do qual quero sair rapidamente e não consigo. Espero sinceramente que nada se agrave e que pelo contrário, tudo se componha.
Este fim de semana prolongado devemos ir até Sto André, por termos sido convidados pela MB e apesar de não ter grande vontade de lá ir, porque praticamente "arrumei" este espaço nas minhas memórias, estando a substitui-lo por Sesimbra, não faz muito sentido para mim lá ir, mas sinto da parte da MB a vontade de não estar só e também a convicção de que ainda me agrada lá ir, o que lhe tenciono dizer já não é assim, uma vez que também já fiz o "luto" por aquela casa e aquele espaço. Foram muitos e bons anos, muitas memórias e recordações e neste momento, é uma gaveta que se fechou e que está devidamente arrumada no meu ser. Foi muito importante e significativo mas felizmente que tenho também neste quotidiano, outros espaços e locais onde me sinto muito bem e que preenchem a minha necessidade de ter um local onde seja feliz e bem vindo, sem as conotações negativas que estão actualmente associadas a Sto André, a começar pela completa ausência de contacto com a minha irmã P, que se mantém encerrada no seu mutismo e teimosia. Felizmente que sei que este contacto seria muito mais benéfico para ela do que para mim, uma vez que eu tenho uma vida bem preenchida, muitos e bons amigos e uma diversidade de aplicações e de possibilidades o que não lhe acontece. Por isso, quando e se ela quiser retomar qualquer coisa, logo se verá a atitude a tomar na altura. Mas talvez já seja demasiado tarde...
Acho que hoje estou nostálgico e ciente de estar cada vez mais só no consultório, porque as decisões só~podem ser minhas, se bem que esteja bem contente por lá a CF, porque me parece verdadeiramente empenhada em contribuir para o consultório e com algumas ideias.
Fico com o meu SORRISO nostálgico e cansado deste quotidiano, com a necessidade de carinho e de compreensão, mas também com muita ENERGIA e EMPENHAMENTO neste presente tão difícil e imprevisível.



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