domingo, março 04, 2018

Politiquices

Continuação da chuva que tanta falta faz, por estarmos em seca moderada a severa. Aliás a falta da dita já fez com que muita gente tivesse a vida completamente destruída ou alterada por perda das colheitas o que aliado aos fogos e agora a este mesmo mau tempo - que tem sempre e infelizmente duas faces - levou a uma (quase) calamidade nacional.
E como sempre a inércia ou ineficácia do Estado é imensa com as consequências que se sabe, as burocracias que ainda persistem e todo um desenrolar que não se compadece com o momento presente em que se precisa mesmo de ajuda.
Ontem na crónica do MST, com quem nem sempre concordo e de quem não gosto mesmo, refere-se a todo este flagelo referente ao monstro que é o Estado, bem como às eternas discussões com os sindicalistas do costume que exigem tudo e muito mais para os trabalhadores do estado, não se preocupando com a situação do País ou se é possível ou não. Há anos que assistimos ao filme do MN ou da AA - com a tal voz arrogante de que fala MST - a exigir benesses que quem trabalha no privado nunca teve nem terá.
É inconcebível como isto é continuado e emerge quando a alguns partidos convém fazer barulho em proveito próprio; já na Autoeuropa poderia ter acontecido algo de muito grave por reivindicações absurdas e totalmente descabidas. Na privada trabalha-se ao sábado, nas horas em que é preciso e, mesmo não sendo justo, é a realidade. Temos muito que aprender com outros países, como por exemplo a Finlândia que institui um programa piloto de apoio a desempregados que faz todo o sentido mas que foi aleatório na escolha, mas rigoroso no cumprimento permitindo a muita gente seguir em frente na sua vida.
Ou seja, em Portugal em vez de aproveitarmos o bom momento que atravessamos - bom crescimento económico, exportações em alta, etc, etc de acordo com o resto da Europa, mas mesmo assim abaixo da maioria dos outros países - desperdiçamos recursos e dinheiro em aumentos salariais dos funcionários públicos, reposição de regalias que a maioria dos portugueses não tem, com repercussões enormes no nosso futuro colectivo. Quando este tempo de crescimento acabar e voltarmos ao ciclo negativo, talvez seja tarde para recuperar.
Mas é este o País que temos e continuamos a manter com a nossa inercia , a nossa não vontade de mudança ou a dificuldade de fazer essa mesma mudança; os partidos dominam o estado, distribuem entre eles o que podem, criam leis em beneficio próprio e nós, de quatro em quatro anos, continuamos a dar o beneplácito a tudo isto. Ninguém faz diferente, passando-se o mesmo em várias outras actividades como por exemplo na minha Ordem dos Médicos Dentistas em que se mantém a mesma direcção e o mesmo bastonário que nada ou pouco fazem, em que muitos de nós médicos dentistas reclamam, escrevem e falam acerca do que está completamente errado mas quando chega a altura das eleições para Bastonário não aparecem candidatos nem concorrentes, perpetuando este ciclo e estas politicas com as quais discordamos. É a índole dos portugueses, falar mal mas nada fazer para mudar.
Enfim, felizmente, que estou no meu ultimo ciclo de vida profissional, apenas querendo que este mesmo ciclo termine para me poder reformar e viver outro tipo de vida, com FELICIDADE e com a possibilidade de ter um SORRISO permanente. Bem como poder acordar à hora que quero, pois como li algures acordar antes das dez da manhã é, ou deveria ser considerado, uma tortura.
 

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