sexta-feira, janeiro 13, 2017

Factos

Hoje  No duche estava a pensar que " se pode enganar muita gente durante pouco tempo, pouca gente em muito tempo mas nunca toda a gente o tempo todo" . E mais Ainda que não nos podemos enganar a nós próprios durante tempo algum, ou pelo menos, sem que tenhamos a consciência do que se passa.
Apesar disso, sinto que me andei a enganar durante muito e muito tempo, vivendo num faz de conta de que não tinha noção; quando "aterrei" na realidade tomei consciência do muito que tinha feito e não devia, do muito que magoei e feri sem o saber duma forma consciente, do muito em que vivi envolto num manto de mentira e de falsidade, do muito que fiz, deixei de fazer, das opções que tomei, do que deixei fugir, das ilusões que tive e das muitas decepções que me magoaram imenso, do que nunca cheguei a ter e do que que gostaria de ter tido, das minhas alegrias e das minhas magoas, das minhas conquistas e dos meus insucessos.
Ou seja, do que fui ou podia ter sido, do que nunca fiz e devia ter feito. Talvez a aproximação dos meus sessenta anos, me estejam a fazer reflectir mais Ainda acerca do que sou e fiz, aliado a esta análise cada vez mais profunda e assertiva. Talvez esteja numa fase da vida em que, naturalmente, se faz um balanço do que já se viveu e se aguarda outra fase da vida. Infelizmente não a que eu previa nem a que eu desejaria, mas, encarando a realidade, a que é possível. 
Tenho mais cinco anos de trabalho pela frente, como constatei na Segurança Social, pois apenas comecei a descontar em 1982, quando iniciei o meu estágio em Abrantes. Tempo longiguo, noutro século, noutro contexto; será que foi real e que tive toda essas experiências ?
Foram anos e anos de muita coisa, duma vivência enorme, em que fiz, vi, descobri, idealizei, sonhei, realizei muito do que queria e também muito do que não queria; passei por muitas pessoas, conheci muitas mais, trabalhei e construí o (pouco) que tenho, tive e tenho dois filhos maravilhosos, dei aulas que adorei, conheci mundo em viagens fantásticas e Ainda me realizei em muitos campos e me decepcionei em alguns outros.
Enfim, não é possível resumir uma vivência de quase sessenta anos em meia dúzia de linhas sem que corramos o risco de não conseguirmos abranger tudo ou esquecer partes muito importantes dessa mesma vida. A verdade é que tive uma vida multifacetada, abrangente, rica em muitas factores e bastante produtiva noutros.
Fiz imensa coisa, conheci milhares de pessoas, lidei com muita e muita gente duma forma ou doutra e acabo neste momento da minha vida por me sentir só e longe de toda a gente. Às vezes por vontade própria, outras vezes por circunstâncias da vida, bem como por incompreensões várias de algumas pessoas. 
Pensava que estaria neste momento numa pré-reforma a escolher o local onde iria passar esses tempos de lazer e afinal tenho de trabalhar, pelo menos, mais cinco anos e sabe-se lá se não será ainda mais tempo. Não vale a pena fazer projectos, planear seja o que for, mas antes deixar andar e seguir o nosso caminho.
Quero manter o meu SORRISO enquanto aqui estiver - e se estiver bem, mental e fisicamente - na certeza de que a FELICIDADE pode surgir em qualquer momento da nossa vida, estando apenas dependente de nós próprios e da nossa vontade.

Sem comentários: