terça-feira, fevereiro 02, 2016

Melancolia

Ontem tive um jantar com amigos recentes, amigos do meu melhor amigo, que são diplomatas e para além disso pessoas duma cultura fantástica e imensamente viajadas. Fez-me recuar ao tempo em que Sto André era o " centro" de tertúlias e de conversas deste género. Continuo a gostar deste tipo de ambiente e ainda para mais porque agora consigo ser um interveniente activo e dentro das minhas limitações cheguei, uma vez mais, à conclusão de que conheço imensa coisa e de que já vi muita e muita coisa.
Hoje é dia de trabalho no consultório que, apesar de tudo e das crises, vai andando e até se pode dizer que continuo a ter a "sorte" de ter a agenda como deve ser e muitos trabalhos em mãos. É evidente que já não é o que era mas felizmente que consigo fazer frente às despesas e ainda juntar algum para tempos futuros. Bem como fazer algumas extravagâncias de vez em quando.
Afinal parece que já não vamos a Badajoz no Carnaval porque o nosso amigo não pode deixar a Mãe sozinha durante esses dias; acho que ela faz um pouco de pressão negativa para que ele não se afaste e a deixe sozinho com medo do que lhe possa acontecer. Planos estragados e por isso procuram-se alternativas.
É a esta instabilidade e imprevisibilidade que me referia ontem porque nunca sei se os programas se confirmam, se há ou não programa e se as pessoas não mudam de opinião dum momento para o outro por motivos vários e por razões válidas. Também a verdade é que, neste momento, me sinto cansado de estar sempre a conhecer pessoas novas e acho que vou diminuir essa vertente e concentrar ainda mais as minhas energias em mim próprio e no meu percurso de conhecimento e de análise interior.
Esta semana o AA está em lisboa, pelo que as sessões serão presenciais como está previsto desde o início da saída dele para algures; na verdade começo a ficar de tal maneira habituado às sessões via skipe que as prefiro pela comodidade e até porque as aproveito bem melhor auditivamente. Mas o importante é haver sessão e que elas sejam tão produtivas como têm sido.
Penso aliás que estou num turning point da análise, da vida e da minha descoberta interior visto que, finalmente, há muita coisa a fazer um enorme sentido e as "descobertas" do que sou e fui sucedem-se rápida e intensamente. Espero que aSsim continue e que consiga efectivamente chegar a bom porto.
O único senão nisto tudo é sentir, umas vezes mais e outras menos, a falta de alguém com quem estar, com quem partilhar a vida e, em conjunto, ter um dia a dia mais afectivo e que me preencha nesse campo. Mas é bastante difícil porque estou a ser bastante selectivo e basta uma pequena coisa para, de imediato, cortar e desinteressar-me. Tenho uma bitola muito alta, bem como também interesses muito diversificados e abrangentes, o que torna ainda mais difícil esta busca, para além de que, parece-me que ainda não estou preparado para ter alguém em full time na minha vida. Tenho ainda tido o azar de não ter correspondência por parte de pessoas por quem vou tendo alguma empatia ou química.
Mas com um SORRISO cheio de intensidade e de luz, vou conseguir ter a minha vida e principalmente sentir-me bem como acontece actualmente em que estou na boa em casa a fazer as minhas coisas e a ter a minha vida. Isso é o mais importante e aquilo que quero mesmo. Estar bem comigo próprio e com a vida e conseguir estar com as pessoas, mas sobretudo comigo mesmo sempre com um enorme SORRISO.

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