terça-feira, dezembro 01, 2015

Morte

Morte.... morreu o maestro, figura carismática, forte e que lutava há muito contra um cancro, que finalmente o venceu. Tenho pena pelas pessoas que deixa e sobretudo pela minha grande amiga, companheira de alguém anos.
Era uma figura cheia de charme, de encanto e com uma personalidade controversa mas encantadora, para além de ser uma pessoa cheia de entusiasmo pela vida, pelo canto e por tudo aquilo que se relacionava com a música e com os coros.
Foi uma pessoa que gostei bastante de conhecer e apenas tenho pena de não ter tido oportunidade de o ter conhecido melhor e noutras circunstâncias.
Curiosamente no sábado quando estava no almoço da minha Tia, senti no ar uma premonição de morte, de que muitas pessoas nos vão abandonar nos tempos mais próximos e senti isso com alguma intensidade e pena. Sobretudo porque estava a olhar e a pensar nas pessoas que estão já no limite das suas vidas e que pela lei natural desta mesma vida, deverão partir qualquer dia.
Hoje na minha sessão apercebi-me de que, efectivamente, devo e tenho de viver o presente e não estar voltado para o passado, nem tão pouco criar grandes expectativas para o futuro. Tenho e devo contentar-me com o que tenho e principalmente aprender a viver com a realidade e o que existe... não com o que eu gostaria que houvesse ou existisse. É isso faz toda a diferença, com o desaparecimento da busca de impossíveis, de fantasias e de irrealidades que não me permitiam/permitem viver a vida no seu dia a dia e com as suas verdades e consequências. 
Curiosamente estou a (re)aprender a posicionar-me comigo e com os outros duma forma bastante diferente da atitude que tinha num passado bem recente e que mostrou ser errada e ter as suas consequências. Aprender com os erros e encontrar as pessoas que também nos podem ensinar é algo que tenho tido a sorte de ter ao longo da minha vida, mas teimosa e estupidamente parece que por vezes não consigo ver a evidência ou não a quero ver. 
Não devo nem posso controlar as outras pessoas, mas deixar que elas tenham a sua própria identidade e personalidade, visto que isso faz parte dos próprios e só nos enriquece também a nós.
Diferentes pontos de vista, diferentes opiniões e diferentes formas de ver a vida, o mundo e a realidade é positivo e não preciso de estar sempre à procura de aprovação, de ser reconhecido ou de querer que me Amem ou estimem. Esse facto remete-me para factos do passado longínguo, da infância e adolescência em que buscava desesperadamente essa aceitação e esse mesmo Amor por parte de quem me rodeava.
Estou a trabalhar calma e pacificamente neste espaço, onde tudo corre duma forma tranquila, sem os stresses do "antigamente" e sobretudo onde me sinto novamente bastante válido, integrado e com as capacidades que sempre soube ter, apesar de ter deixado que me fizessem duvidar de mim e do meu potencial. Felizmente que recriei o meu mundo profissional da maneira que eu quero, da melhor forma para para os pacientes e para mim é tudo, mas tudo tem corrido muitíssimo bem porque felizmente tenho também encontrado, mais uma vez, as pessoas certas para me acompanharem nesta nova etapa da minha vida.
Um enorme SORRISO para os muitos que estimavam e amavam o Victor e a certeza de que a vida dele mereceu a pena é que vai deixar grandes marcas nos muitos que com ele conviveram. Enquanto nos lembramos das pessoas, elas continuam sempre vivas e presentes na nossa memória, perdurando pelo futuro.

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