Comecei a semana a bater com o carro... Foi um toque ligeiro, mas de qualquer maneira é um mau início de semana, tanto mais que ontem já o tinha raspado ao de leve, precisamente onde tinha acabado de ser arranjado. Começo a ficar, de novo, farto de tudo e novamente a entrar em plano inclinado.
O fim de semana passou-se, tendo depositado algumas expectativas em relação a algo que depois não se vieram a concretizar porque, na verdade, é difícil, mas muito difícil encontrar alguém que corresponda ao meu imaginário e ao que espero duma pessoa. A noite acabou melhor mas mesmo assim não me sinto nada bem comigo e com as expectativas que tenho e as minhas esperanças de ter alguém. Ou pelo menos de me sentir bem comigo mesmo.
Estive a almoçar em casa da minha cunhada e irmão, tendo já ficado mesmo assente que vou passar o fim do ano com eles, tanto mais que não tenho ninguém para seguir com os planos originais de ir até ao Porto, nem para lado nenhum.
Aliás vou ter de me habituar a gerir as férias, fins de semana e afins duma maneira completamente diferente e sem qualquer expectativas ou nada mais do que ir gerindo o dia a dia dessa mesma forma... é assim mesmo.
Ainda por cima, quando vou sentido um afastamento de pessoas queridas e amigas que, por motivos vários, não vou vendo ou estando ainda pior, tanto mais que há aproximações e outras realidades que se vão impondo, na natural lei da vida.
Eu sei que estou a exagerar, que estou a vitimizar-me e de novo a querer o impossível, mas que culpa tenho eu de estar com o pensamento onde não deve estar e não conseguir seguir em frente duma forma bem mais pacífica e positiva. Neste momento, estou mesmo em pleno processo de luto e como todos estes processos nada me faz sentido ou nada parece conduzir a nada.
Este desânimo e esta falta de vontade actual, este sentir-me de novo perdido no meio do nada, este criar de expectativas com coisas inexistentes e que, com as minhas obsessões, vou criando na minha cabeça; quando não se confirmam ou se concretizam fico com este humor de segunda feira ou de qualquer dia.
Há um frio interno enorme e aquela sensação de que nunca mais conseguirei ter alguma coisa construída, uma vida interna, uma companhia que me realize e uma vivência completa como a que tinha. Sinto uma enorme raiva por tudo e, uma vez mais, um rodopiar das coisas duma forma que não controlo nem consigo controlar.
Este frio que sinto em mim, esta ausência de calor de que necessito faz-me muito mal e deixa-me uma vez mais num estado de que não gosto e que, parece, me enterro mais como se este estado de vitimizacao e de sofrimento fosse obrigatório e uma necessidade que tenho para conseguir viver ou sentir-me desta ou daquela forma. Estou farto, cansado e desanimado... sobretudo por nada ver para além deste presente que não me diz rigorosamente nada de nada.
Mas tenho de pensar no meu SORRISO, bem como na forma de me fortalece e de criar algum calor interno, para que consiga estar de bem comigo próprio e construir alguma coisa na minha vida.
PS: mas com este espírito e SORRISO tenho mesmo de me afastar de muita coisa e de conseguir esquecer muitas outras para que estas obsessões e compulsões não sejam a minha bússola, mas que me permitam seguir a minha vida. Tenho e devo acreditar na vida e como a posso transformar duma forma certa e verdadeira.
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