sábado, dezembro 12, 2015

Jantares

(05.45) Jantar de Natal do consultório, fazendo recordar outros tempos e outras alturas. Foi giro, foi engraçado se bem que, também aqui, a diferença fosse evidente em relação a outros jantares. Bem como o distanciamento existente e a concentração em determinados factos, talvez por não se estar com a consciência completamente tranquila.
Sei, por conhecimento próprio, que determinadas atitudes não são bem vistas nem aceites de animo leve, mas é verdade que, por vezes, é melhor proceder duma determinada forma para não magoar outro/s, mesmo que isso não faça parte da nossa identidade.
Antes do jantar e a propósito da minha procura de programa para amanhã, também soube doutros programas de amigos que me deixaram um pouco perturbado, na medida em que parece que, de repente, tudo se concentra para um lado e o outro lado fica desguarnecido.
Mas é evidente que são as minhas obsessões, os meus "ciúmes" e ainda para mais por ver que as relações entre as pessoas que são comuns se mantem da mesma forma e que, muitas vezes, até parece que fui eu o causador de tudo isto. Claro que tive imensa culpa, mas a verdade é que ninguém controla os sentimentos e eles extinguiram-se.... tenho que ter a consciência dessa realidade e ainda não confabular com uma realidade que já não existia.
Esta altura do ano é complicada e difícil porque não só sempre o foi para mim como também é o primeiro ano de ausência e de afastamento. Sempre foi difícil porque era uma altura em que me tinha de desdobrar por muitas casas e acabava por não estar em nenhuma e ainda pelo grande desnível existente entre elas. Por isso apenas comecei a gostar verdadeiramente do Natal quando os meus filhos nasceram e vi o SORRISO deles na altura de abrirem os presentes.
Mas estas comemorações juntam as pessoas e reforçam os laços existentes entre todos aqueles que trabalham no mesmo local e com a mesma finalidade; é importante que assim seja e que consigamos manter este espírito de união, de cooperação e de interajuda.
O pior é esta insónia brutal com que estou, estando convencido que me devem ter dado café, o que para mim se transforma num pesadelo; tanto mais que, obsessivamente, apenas penso noutros jantares, noutras relações e noutros factos que (ainda) me conseguem deixar triste e com uma sensação de inutilidade e de rejeição. Que sei naõ ser verdade.
Felizmente que, racionalmente, percebo os factos e as pessoas mas inconscientemente tudo isto mexe com os meus fantasmas, os meus receios e tento ultrapassar isto da melhor forma possível, mas exige muito trabalho e muito, mas mesmo muito pensamento para poder fortalecer-me e seguir em frente.
Estou contente comigo por determinadas acções que consegui tomar e dizer que não a outras, visto que é altura de tomar efectivamente essas atitudes e esse comportamento e não ser o eterno bonzinho parvo que me caracterizou durante tanto tempo.
Vou ver se consigo dormir um pouco, porque amanha vou ter um dia preenchido com o meu curso, um recital, ir buscar o resto dos presentes que estão encomendados e ainda ir jantar com o meu filho mais novo para conversar e saber o que se passa. Era para ir jantar com um amigo que a ultima hora me deixou pendurado.
Mas com um SORRISO seguimos em frente e espero ainda que amanhã outro amigo consiga ficar livre para irmos a uma festa que se realiza mensalmente no Kremlin, visto que sozinho não consigo (ainda) ir... e gostava de ir para conhecer gente e estar noutro ambiente. Que assim seja....
(10.05) PS: já não tenho a capacidade para determinados embates porque passei uma noite de insónia, obsessivamente focado em factos que vão hoje acontecer e que soube ontem... parece que são pequenas alfinetadas que se vão cravando na pele e me deixam com dores interiores e sobretudo com muitos, mas mesmos muitos ciúmes e pena de não estar presente e de não ter aquilo que já tive. Mas a verdade é que não quero saber determinadas coisas e mais, prefiro mesmo ignorar muitos factos e acontecimentos. Acho que estou a ser o ausente (quase) esquecido ou pelo menos é esse o sentimento (doentio) que tenho e que é, analiticamente, bastante bem explicado.

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