sexta-feira, fevereiro 10, 2012

(Já) Saudades

Uma vez mais, no SAMS desde as oito da manhã, com algum sono e vontade de trabalhar. Hoje não há consultas de tarde e entrarei em fim de semana a seguir ao almoço.
Ontem foi o habitual dia de comentários políticos e como habitualmente gostei dos do Marques Mendes, que me parece ser uma pessoa bastante sensata e com bastante sensibilidade política e social, bem como muito "terra a terra", porque na verdade e quanto a mim, consegue distinguir bem o trigo do joio e acertar bastante nos comentários. Além disso, está muitíssimo bem informado e quase todas as semanas dá novidades em primeira mão. Mas sobretudo tem a sensibilidade e capacidade política que faz alguma falta a este governo, que apresenta alguma descoordenação nessa área e que precisaria duma maior autoridade neste campo.
A quadratura do círculo foi, ontem, diferente e até gostei de os ouvir, o que não acontecia há muito porque os intervenientes têm posições sobejamente conhecidas e estão um pouco enquistados nos seus redutos. Acho que não dão sequer o beneficio da duvida a quem devem e esquecem que este governo está a pouco mais de 8 meses no poder, resolvendo, ou tentando, problemas com mais de  vinte e tal anos. A verdade é que não há outro caminho e ou fazemos o que temos que fazer e temos uma hipótese de ter sucesso ou então estamos destinados ao fracasso e a voltarmos ao escudo, o que teria consequências desastrosas.
Temos que nos convencer que os tempos fáceis desapareceram e que todos devemos - temos - de trabalhar mais e sobretudo melhor, uma vez que o nosso problema não é tanto mais horas de trabalho, mas sim maior produtividade, uma vez que se perde muito tempo durante o dia de trabalho. São os cafés, o cigarrinho, a conversa e o prolongar do dia de trabalho que vão diminuir a rentabilidade da nossa produção.
Li, algures, uma crónica acerca dum dia de trabalho dum português na Alemanha, que com os seus hábitos latinos, prolongava o seu dia de trabalho para alem dos seus colegas alemães. Foi chamado ao chefe que lhe disse que se não fosse capaz de cumprir as suas tarefas dentro do horário, seria dispensado porque todos cumpriam o seu trabalho dentro das horas de serviço, com a diferença que se entregavam totalmente a essa tarefa e assim a partir das 16.00 estavam livres e disponíveis para a família. Na verdade, em Portugal e também em Espanha, Itália e Grécia  tem-se a mania de trabalhar até muito tarde, marcar reuniões para o fim da tarde, descurando uma parte muito importante da nossa vida, que é a família e os tempos livres.
Na verdade, pelo norte da Europa começam a trabalhar cedo, mas também acabam normalmente cedo, permitindo assim ter uma vida pessoal e familiar como deve ser.
Por cá, ate podemos trabalhar mais horas mas trabalhamos pior e com menos rentabilidade e produtividade e isso pode e deve ser melhorado.
Este fim de semana começa com uma ida ao cinema, para vermos a "Dama de Ferro" que é um dos filmes que queremos ver, conjuntamente com o do Hoover, seguindo-se amanhã um final de tarde de poker, porque resolveu-se começar a meio da tarde para não prolongar o jogo pela noite dentro. Vamos a ver se resulta e se temos parceiros! No domingo, teremos almoço com a minha Mãe.
Estava a tomar o pequeno almoço e a olhar para o calendário, tendo constantado que daqui a quinze dias começa a aventura israelita do Fran, o que me começou a preocupar um pouco. Será que ele está preparado para ficar sozinho (com um amigo) durante tanto tempo e num pais tao distinto do nosso ? Será que vai ser benéfico e que vai conseguir superar as dificuldades, articular a vida caseira e as tarefas domesticas, com o estudo e o empenhamento em bons resultados, o que nunca fez até ao presente, uma vez que sempre teve tudo feito e não estar minimamente habituado a coordenar todos esses aspectos?
Espero que, assim como aconteceu com o Pedro, ele amadureça e cresça nestes meses de ausência porque Israel não fica propriamente ao virar da esquina e por isso terão que resolver sozinhos os problemas que tiverem e os obstáculos que surgirem. Tenho confiança nele e na sua capacidade mas não deixo de estar preocupado e um pouco apreensivo. Para alem de que começo já a sentir muitas saudades e a sentir a ausência. Este meu filho que, aparentemente, fala pouco e parece distante, é alguém que, pelo contrário, tem uma grande ligação e uma grande afinidade comigo e com quem, cada vez mais, me sinto bem próximo e com uma relação fortalecida.
Só quero que este período seja o mais profícuo possível, uma enorme experiência de vida e um grande crescimento pessoal e interior, na certeza de que terá mesmo que aprender a lidar com todos os imponderáveis da vida, sem a protecção dos Pais e sem o resguardo da família. Sei que será capaz e que virá desta aventura bastante mais maduro e crescido. Muita força e energia.
Para este fim de semana que se aproxima, fica o meu habitual SORRISO com muita vontade de aproveitar cada minuto destes dias e de em cada um deles, fazer o me melhor para DAR o que puder e receber tambem toda a energia deste imenso Universo. 

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