quarta-feira, fevereiro 22, 2012

(Ainda) As.Minhas Angústias

A dificuldade em dormir deve estar mesmo relacionado com a partida eminente do meu filho e a enorme angustia que vou sentindo porque acho que ele não está preparado nem ciente das dificuldades que vai encontrar. E nada posso fazer para o ajudar mais, nem é um local fácil para poder ir numa emergência.
Esperemos que tudo corra pelo melhor, e assim certamente que vai ser, com muita energia positiva e empenho, uma vez que será ele a resolver o seu quotidiano e a empenhar-se na sua concretização. Penso que ele ainda não está devidamente consciente do que tem que fazer e do que é viver e estar sozinho num país estrangeiro e sem o apoio dos Pais e da família. 
Por outro lado, também sei a necessidade faz o engenho e que ele tem a inteligência e a determinação para vencer esta etapa que, vendo bem, não terá mais do que 6 meses de duração e isso passa relativamente depressa. Quero que tudo seja o melhor possível e sobretudo que ele consiga aliar estudo e empenho, com divertimento, conhecimento e absorção de novos hábitos e duma cultura riquíssima e secular.
Apesar de saber tudo isto, não consigo deixar de estar completamente angustiado, quase como estava quando o Pedro foi para o Brasil e que fiquei super assustado. No final, correu tudo muitíssimo bem e ele cresceu e amadureceu imenso. Por isso, sei que vai acontecer o mesmo porque tenho muita confiança nos meus filhos.
Ontem foi um dia chato e de alguma conflitualidade porque efectivamente estou bastante fragilizado e apreensivo, com necessidade de ser compreendido e acarinhado, o que não tem mesmo acontecido! Precisava de ter dormido convenientemente e descansado melhor, mas uma vez mais tive uma grande insónia, só tendo adormecido perto das 3 da manhã, com uma "espertina" fantástica. Só me apetecia levantar, andar pela casa e acabar um livro que me anda a entusiasmar imenso, mas depois se assim fosse não me conseguiria levantar para vir trabalhar e manter o ritmo da tarde. Tenho que ir ver o que se passa, tanto mais que tambem tenho uns sonhos/pesadelos meio estranhos que me começam a preocupar. Estarei a ficar com algum problema mais serio ?
Tambem a verdade é que a clinica tem demasiados altos e baixos para a minha sensibilidade e sobretudo há uma clara tentativa dum controle absoluto e total que não me agrada mesmo nas na medida em que há muitas coisas em que terei que ser eu a resolver e a equacionar, não só por ser director clinico mas principalmente por ser medico e ter conhecimento das pessoas e da realidade. Parece-me, ou melhor, sinto que chegará a altura em que teremos problemas sérios e conflito de interesse, tanto mais que há determinados aspectos que, embora não concorde, tenho que aceitar e condescender mas são aspectos que teremos de abordar e equacionar, se levantarem problemas e dificuldades na clinica.
Entretanto já falei com uma colega que aceitou começar a fazer a Ortodoncia no consultório, em substituição da FP, que resolveu sair e deixar os doentes por motivos que apesar de serem validos, não o justificavam. Além de que temos que ter uma ética medica e pessoal elevada e acima de determinados problemas de ordem pessoal. Em primeiro lugar, estão os nossos doentes e os seus interesses, mesmo que isso nos custe um bom bocado. Fiquei decepcionado e triste com a atitude, mas infelizmente é a vida que temos e que nos rodeia.
Estou preocupado com o meu estado de espírito e sobretudo com o cansaço do quotidiano e falta de vontade e empenho nas coisas, que se tem vindo a instalar insidiosa e progressivamente, fruto da minha rotina e da falta de novidade de que sempre precisei para me sentir vivo e activo. Mas a verdade é que, quase na sexta década de vida, é normal que assim seja e devo sentir-me feliz por ter o que tenho e conseguir manter a minha vida da forma como está.
Um enorme SORRISO, com a vontade de pensar positivo e de aceitar com confiança esta nova etapa da vida, que me está a perturbar imenso porque quando olho para ele, como ontem aconteceu, sinto já uma imensa saudade e tristeza por não poder estar com ele e sentir a sua presença. Mas todos nós temos que amadurecer, crescer e subir o nível do nosso EU e isso faz-se caminhando pela vida. Um especial SORRISO para os meus filhos!

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