A Dama de Ferro

Ontem à noite fomos ao cinema ver "A Dama de Ferro", que como o nome indica é acerca da Margaret Thatcher, a primeira mulher primeira ministra da Grã-Bretanha.

A Meryl Streep tem, como habitualmente, uma interpretação fantástica e consegue pôr-se completamente na pele desta grande senhora do século XX.

Não gostei da narrativa do filme, nem da forma como são contados. Há um grande enfoque na fase actual duma certa demência, na qual ela fala com o marido, já falecido há mais de 8 anos e trata-se duns assuntos marcantes da carreira duma forma um pouco superficial.

É preciso lembrar que ela marcou a época e alterou profundamente a Inglaterra, com reflexos que ainda hoje se mantêm. Era chamada dama de Ferro, pela sua teimosia, intolerância e defesa intransigente dos princípios em que acreditava e assim foi governando a Grã-Bretanha durante os seus onze e tal anos de "reinado".

Lembro-me bem dessa época e ela é também uma das estadistas a lembrar nesta fase em que não há homens ou mulheres dessa envergadura, para fazerem face à actual situação.

De reter o papel extra de Meryl Streep -  mais um - e o relativo enquadramento histórico do filme, que efectivamente foca as gravíssimas greves dos mineiros que ela desarticulou completamente com a diminuição drástica do poder dos sindicatos, a guerra das Malvinas que ganhou e demonstrou que era possível vencer a milhares de quilómetros do país, o fim da guerra fria que acompanhou e incentivou bem como as relações especiais e preferenciais com os USA e Ronald Reagan em particular, presidente na altura.

Para quem se lembra destes acontecimentos, o filme tem uma certa lógica mas para as pessoas que não acompanharam ou viveram estes momentos, a narrativa não é muito clara. Mas é evidentemente um filme para ver e reter. Agora falta-nos ir ver o filme do JF Hoover, que dirigiu durante muitos anos o FBI,  que parece ser bastante bom.

Jantámos pelo Allegro, que estava cheio de gente e com os restaurantes todos cheios o que me espantou, mas a verdade é que se come barato e com grande escolha e por isso talvez as pessoas optem por esses espaços, para além de que podem também dar uma volta pelos saldos e pelo supermercado.

A crise chegou mesmo a todo o lado e até a lojas que aparentemente nem precisam, como o cabeleireiro do Oeiras Park onde costumo ir arranjar as unhas que está em promoção de 50%. Tudo se faz para manter os clientes e ter alguma estabilidade...

Ontem tive uma boa noticia das finanças; recebi, finalmente, uma verba que tinha sido indevidamente paga do IRC de 2000... sim, do ano de dois mil, ou seja, há 12 anos que é o tempo que a nossa máquina fiscal leva a pagar uma divida mesmo depois de condenada em tribunal e de diversas diligencias efectuadas. Alias, quem conseguiu mesmo desbloquear a situação foi a minha contabilista, porque da parte dos meus advogados já tinha sido dado como perdido. Assim, reavi o que me era devido e foi resolvido um diferendo longo de 12 anos. E depois pretende-se ter investimento estrangeiro em Portugal, com este (péssimo) funcionamento da Justiça e da máquina fiscal. Muita coisa tem que mudar e principalmente esta má pratica fiscal e judicial, porque primeiro tem que haver maior celeridade e segundo eficaz cumprimento das decisões do tribunal. Ou seja, foi feita uma reclamação nas finanças por um erro das próprias finanças, foi aceite essa reclamação e nada foi reposto; avançamos para tribunal, com os custos inerentes e mesmo depois da decisão favorável as finanças não repuseram a situação. E só ao fim de 12 anos conseguimos acertar o que nos era devido e repor a legalidade, depois de muitos custos e de muita chatice. Penso, inclusive, que o saldo entre o que gastei e o que recebi será quase neutro ou mesmo negativo porque foram muitas as diligencias efectuadas. É o País que temos e o sistema em que nos encontramos !
Hoje, sábado, tenho a mesa de póker que começara mais cedo para não se prolongar pela madrugada e assim podermos ter mais tempo e disposição. Começamos pelas 16 horas !
Um grande SORRISO com o pensamento nos meus filhos, com um já de regresso da índia e o outro quase de partida para a sua aventura e nova etapa da vida. Será a primeira vez que estarei sem ambos e já começo a sentir a saudade e uma imensa nostalgia. Só quero que tenham muita energia e força positiva com um especial SORRISO do Pai que, como é evidente, os adora e "apenas" quer o melhor do Universo para ambos.