quarta-feira, novembro 17, 2010

Exemplos....

Frente à magnitude dos problemas mundiais, da amplitude dos milhões de desempregados, da fome e grave crise social, devemos e temos obrigatoriamente que relativizar a nossa "crise" pessoal e pensar que mesmo assim conseguimos manter-nos à tona, tendo para isso que nos redimensionarmos e compatibilizarmos receitas com despesas. E "agradecer" termos movimento, doentes e possibilidades de manter a nossa vida dentro de certos parâmetros, desde que devidamente enquadrados nesta nova realidade.
Tudo aquilo que tenho escrito nestes últimos tempos é verdade, principalmente este enorme vazio interior que sinto e que me preocupa bastante, apesar de saber que desde sempre o meu equilíbrio interno este sempre associado a um certo bem estar externo e à certeza de ter os rendimentos certos. Talvez se deva ao facto de durante grande parte da minha adolescência ter vivido entre dois mundos completamente distintos, como foram o mundo restrito e difícil de casa da minha Mãe e a opulência e quase esbanjamento do meu Pai, sem ter em atenção as dificuldades existentes. Isso marcou-me bastante e foi uma das razões porque cedi tanto no acordo do meu divórcio, uma vez que nunca quis que houvesse diferenças abissais entre os Pais e penso ter conseguido.
Estamos a meio de Novembro e lentamente lá vamos construindo este mês, que é agravado pelos subsídios, pelos pagamentos a dobrar das seguranças sociais e parecidas e ainda pelo pagamento por conta, tudo isto em dois meses com menos receita e sobretudo menos dias úteis de trabalho. Com cimeiras da Nato, greves gerais e feriados, teremos menos dias de proveitos o que se vai manifestar - e bastante - no fim do mês e do ano. Mas tenhamos FÉ e façamos o exercício de viver cada dia de cada vez para evitarmos cair em depressões e num desespero gradual.
Temos que pensar que neste enorme mundo global, somos um minúsculo grão de areia, ou menos que isso, e que temos que ter consciência disso mesmo apesar de mesmo um ínfimo grão poder fazer toda a diferença se pensarmos no cosmos e nas forças que nos envolvem. Ou seja, a nossa dimensão é efectivamente diminuta e perante isso temos que saber integrar-nos e viver sabendo que, infelizmente, há milhões de pessoas em sérias e concretas dificuldades mas também temos que saber que cada um de nós faz a diferença e que é de pequenos nadas e gestos que se marca a diferença e se avança no mundo. Todos temos a nossa importância e devemos fazer alguma coisa para não só melhorar a nossa vida, mas também contribuir para que a vida dos nossos semelhantes possa melhorar e seguir em frente. É um desafio que devemos abraçar e um sonho que devemos tentar realizar porque se conseguirmos mudar nem que seja a disposição pontual de alguém ou melhorar um pouco a vida de outrem, já justifica a nossa existência e o nosso estar no mundo. Terá sido esta uma das justificações para este blogue que por vezes esqueço por estar demasiadamente concentrado no meu umbigo.
Por vezes, esqueçemo-nos de olhar com olhos de ver à nossa volta, e relativizar a nossa existência porque a verdade é que somos e continuamos a ser protegidos neste mundo, tendo o básico - e muito mais do que isso - assegurado, com um nível de vida muito bom e a possibilidade de ainda podermos dar realidade a alguns dos nossos sonhos e termos um quotidiano que se por vezes nos parece pesado e cinzento é felizmente bastante desafogado e luminoso. Temos apenas que nos distanciarmos da nossa pequenez e vermos o mundo global, pensando nas enormes desigualdades existentes e nas imensas injustiças por esse mundo fora. Neste preciso instante, morrem pessoas de fome, há pessoas presas em condições deploráveis e crianças em campos de refugiados a viver da caridade alheia. Isso sim são realidades assustadoras e perante as quais devíamos reflectir e pensar no que poderemos contribuir para melhorar a humanidade em que nos inserimos
Daqui a uma semana vai ser o dia de greve geral e penso, tenho a certeza, de que vai ser a maior greve alguma vez feita no nosso país porque a adesão está a ser crescente e real pelo que daqui a uma semana aqui estarei, ou sem nada para fazer ou então cheio de doentes que aproveitam a falta ao trabalho, para virem ao médico. Vamos ver o País parado, sem transportes e sem serviços mas temos que ter a consciência de que infelizmente nada vai adiantar ao que estamos e somos porque estas medidas são absolutamente necessárias e ainda talvez venhamos a precisar de mais medidas. Também esta sexta feira, com as enormes limitações ao transito deveremos notar um decréscimo de movimento e vamos a ver como se vai reflectir no consultório. São realidades distintas dum mesmo País a tomar real consciência da realidade que temos e que iremos ter nos anos que se seguem. Que sejamos capazes de levar por diante a nossa vida colectiva e de termos a força e energia suficientes para que assim seja, sendo muito necessário, quanto a mim, o aparecimento dum estadista que conseguisse galvanizar a sociedade e todos nós, sem populismos ou ditaduras. MAs infelizmente o nosso panorama e também a realidade internacional é bem pobre em estadistas e líderes que possam levar o mundo por diante. Infelizmente os grandes estadistas parecem ter-se esgotado no século passado e neste XXIº século não se vêem Homens de estado e políticos reais
Estou a ver uma série muito interessante acerca da 2ª guerra mundial e consigo-me aperceber da dimensão de estado de Churchill e da sua enorme capacidade e poder de galvanizar a sociedade, devendo-lhe se calhar a nossa liberdade actual e a nossa maneira de estar porque se não fosse ele, estaríamos talvez todos nós a falar alemão e completamente germanizados. E isso teria sido a perda da princípios fundamentais de liberdade e de dos direitos porque todos nós sabemos o que foi o nazismo. São líderes dessa craveira que precisávamos na actualidade mas infelizmente não existem....
Pensemos positivo e com o nosso SORRISO cheio de FORÇA e ENERGIA tentemos contribuir para uma pequeníssima mudança do nosso mundo porque se o conseguirmos, então a nossa presença neste mundo já está justificada e plenamente conseguida. Sejamos capazes de com o nosso esforço, empenho e vontade de ajudar o nosso semelhante e todos aqueles que atravessam uma realidade extrema.

1 comentário:

Fred disse...

Olá Tio,

Infelizmente a maioria dos portugas não vê que a greve (apesar de ser um direito dos cidadão) ainda vai piorar mais a situação do país, pois cada dia sem produzir agrava a situação. Além de que a greve não vai alterar em nada as medidas que têm de ser aplicadas.
Anos a fio com inumeros beneficios face ao sector privado e ainda se queixam....

Ab,
Fred