quarta-feira, novembro 03, 2010

Angústias...

Sinto-me preso num dilema existencial, uma vez que, por um lado, quero estar bem comigo, com a vida e com tudo o que me rodeia e por outro lado, estou muito angustiado com a situação presente e o grave problema económico das pessoas que se reflecte diariamente nos consultórios, no consumo e da disposição das pessoas para gastar e viver normalmente.
A verdade é que há uma depressão colectiva na nossa sociedade com reflexos evidentes no normal funcionamento da economia, uma vez que como funcionamos todos num sistema de vasos comunicantes, é lógico que a falta de consumo a todos os níveis se reflicta também em todas as áreas não essenciais, com o consequente agravamento da situação.
As pessoas parecem ter sido apanhadas de surpresa e neste momento de choque e de incerteza, não sabem muito bem o que fazer, para além de que o desemprego estará certamente a afectar muitos agregados familiares e o corte dos apoios sociais igualmente, conduzindo tudo isto a esta depressão que sinto à minha volta e que se reflecte no quotidiano.
E no principio do ano, ainda vai ser pior porque nessa altura ir-se-à sentir mesmo o aumento do IRS e IRC, bem como o aumento espectacular do IVA, que se vai tornar mesmo incomportável para a manutenção de vida de muitas e muitas pessoas.
Perante tudo isto, acho que é natural estar apreensivo e inseguro, tanto mais que me sinto numa enorme solidão e com poucos interesses neste momento, tal a dificuldade em me concentrar e andar em frente. Sei que são sinais de uma certa depressão que tenho que combater e que quero vencer sem ser necessário recorrer a medicamentos ou outras terapias porque não quero fazer nada disso a não ser auto analisar-me e seguir em frente.
Felizmente que há boas notícias como as boas notas do Francisco e do Pedro, que seguem em frente e que têm rapidamente que se fazer à vida e resolver o que querem fazer, principalmente o Pedro que acaba este ano a sua licenciatura. Em principio vai fazer um novo estágio em Barcelona, para depois de 6 meses resolver então o que vai mesmo fazer em termos futuros. Ou seguir para o BBA ou seguir no hotel, como empregado e com condições efectivas e reais, que eu gostaria mesmo. Ou seja, que lhe proporcionassem condições para seguir em frente e lhe dessem um lugar que ele gostasse e lhe permitisse ser o que ele efectivamente quer.
Cá estamos no SAMS, também com pouco que fazer, porque também aqui há menos doentes uma vez que o acordo feito com a Advance Care levou muitas pessoas a procurar médicos no exterior, não só por ser mais barato, como principalmente pela disponibilidade da oferta. E isso reflecte-se nas consultas internas.
Passo a noite a ouvir comentários e analistas a falar e apesar de quase todos serem coincidentes no diagnóstico, a verdade é que tarda a aplicação do tratamento eficaz e duradouro, que parece passar por força no governo - que não há, consenso na sociedade e nos partidos - quase impossível, e sentido patriótico de todos, o que ainda parece mais longiguo de alcançar. A juntar-se a esta situação, a eleição do PR ainda piora tudo uma vez que o actual PR está diminuído nas iniciativas que pode tomar e ele seria talvez a única pessoa que podia provocar consensos e aglutinar a sociedade.
Temos que fazer escolhas, difíceis e inevitáveis para podermos assegurar o nosso futuro como País e como pessoas, porque caso contrário vamos afundar-nos cada vez mais rapidamente até sermos um protectorado da Europa, sem autonomia nem vontade soberana, o que seria extremamente triste.
MAs tentemos manter o nosso SORRISO, com optimismo, energia e força querendo acreditar que, tudo vai dar certo e que a nossa situação se irá resolver eficazmente, sem grandes perturbações na nossa vida. Assim seja...

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