6ª feira

De novo 6ª feira... fim de mais uma semana , durante a qual fui recuperando a confiança e a disposição, uma vez que não vale a pena entrarmos em depressões e negativismos. Assim que começamos a pensar e a sentir positivo, as coisas começam a acontecer e a mudar, como ontem constatei uma vez mais, com novos trabalhos e a uma certa estabilidade de agenda.

Temos que manter a certeza de que o Universo e as forças cósmicas que nos envolvem são as que nos controlam e fazem com a vida se desenvolva e progrida, pelo que para tal temos que estar atentos ao que nos rodeia e sabermos dar o que pudermos para neste eterno sistema de vasos comunicantes, termos o reverso da medalha. Ou seja, como venho dizendo desde há algum tempo, DAR para receber e sobretudo saber distribuir o que podemos e sabemos. Um pequeno gesto, um pequeno nada é o suficiente para alterar um dia, uma disposição ou um momento e devemos - temos - que saber captar esses pequenos nadas, mas também estarmos atentos para os dar e ir de encontro das pessoas que nos rodeiam. Nem sempre é fácil separar o trigo do joio e principalmente nós, médicos, que temos que lidar com tanta gente ao longo do dia, das semanas e dos meses, lidando com o stress, o medo e os receios das pessoas temos, por vezes alguma dificuldade em gerir os nossos próprios stresses e entrar em sintonia com a pessoa que temos à nossa frente.

Tenho, por exemplo, doentes com os quais me sinto quase incapaz de qualquer sintonia, tal o distanciamento sentido com eles, acontecendo isso principalmente com os doentes menos favorecidos intelectualmente. Ou seja, quando não se consegue transmitir por gestos e/ou palavras o que entendemos e sabemos, a comunicação torna-se extremamente difícil e penosa porque parece que ficamos bloqueados, E isso aconteceu-me ontem com uma doente, tendo algumas dificuldades na gestão destes casos, optando por os passar para os colegas que trabalham comigo. São consultas que me deixam muito cansado e stressado, tendo sempre a vontade de as desmarcar e não ver essas pessoas, porque não sei bem se a culpa é também minha por não saber dar a volta nestes casos ou se não consigo mesmo lidar com a total falta de discernimento dessas pessoas.

Sempre senti uma imensa dificuldade nestes casos pelo que não é de hoje, nem de ontem esta falta de capacidade, mas tem vindo a agravar-se nestes últimos tempos, talvez pelo cansaço que se vai acumulando neste quotidiano difícil e agreste.

Ontem foi mais um dia de "depressão" televisiva, com os habituais programas de comentários, estando a constatar que começa a generalizar-se a sensação de que o sr engenheiro e ainda primeiro ministro é parte deste imenso problema em que estamos metidos e que a saída dele seria altamente benéfico para o enfrentar a sério da crise. A habitual lucidez dos comentários de Marques Mendes que consegue ser claro e elucidativo e que todas as semanas é portador de notícias com benesses e gastos incríveis deste estado que temos. Segue-se a quadratura do círculo que, quanto a mim, começa também a distanciar-se da realidade quando não consegue ver os problemas e confunde a nuvem com Juno. Neste momento o PSD não tem ninguém a defende-lo neste programa, enquanto que o António Costa é e continua a ser, um ilustre membro da máquina partidária do PS e consegue distorcer completamente a realidade. Qualquer dia deixo de ver o programa uma vez que não acrescentam nada de novo. Pelo menos, parece ser assim nestes últimos programas.

Aproxima-se o fim de semana e vou começar a ver presentes de Natal - diga-se de passagem que sem grande entusiasmo - e arrumar umas quantas pessoas, a começar pelas crianças. Provavelmente este ano, vou reduzir mesmo os presentes a crianças, sem me alargar a muitas mais pessoas. Temos um jantar de aniversário que uma vez mais me vai estragar o regime alimentar, se bem que a minha dieta permita jantar "normalmente" duas vezes por semana. Costuma ser um enorme jantar, com imensas e muitas pessoas e sinceramente, estou com muita pouca vontade de ir, mas lá terá que ser e vai ser.

Ontem foi o jantar semanal com o Fran e ontem conseguimos ter um dialogo seguido, sem grandes sobressaltos nem "zangas" porque também ontem ele estava bem disposto e animado, sem sono e com algumas novidades o que torna sempre estes jantares mais fáceis. Sugeri-lhe que comece a programar o Erasmus e a ida para algum lado e principalmente, a equacionar a ideia de ir para fora estudar, trabalhar e estabelecer-se porque cada vez mais tenho a convicção de que apenas algures por essa Europa ou por esse mundo fora, conseguiremos a realização pessoal e profissional. Desde há algum tempo, que tento transmitir essa ideia aos meus filhos e se o Pedro já a interiorizou, aceitou e faz disso o seu ponto de partida, o Fran ainda está muito aquém dessa realidade, uma vez para ele, a vida corre bem e não tem a noção exacta das dificuldades presentes e futuras.

Não tendo nada mais a acrescentar por hoje e agora, apenas o meu SORRISO saudoso dos comentários ausentes dos meus leitores ( quais ?? ) habituais que nunca mais deram noticias. Muita FORÇA, muita FÉ e ENERGIA para este fim de semana e demais dias