quarta-feira, março 03, 2010

Chuva

Vivemos num País sem qualquer cuidado com o cidadão e sujeitos aos caprichos das entidades oficiais. Tem havido muitas alterações mas a verdade é que nos falta ainda muito para sermos um País moderno e civilizado.Um grande amigo teve necessidade duma declaração da Segurança Social, dizendo que era um bom pagador e que não tinha dívidas a essa mesma segurança social. Ao receber essa declaração, constatou que era devedor duma quantia razoável - perto de 6000 euros - por falta de pagamentos. Ora tendo a certeza de que não devia absolutamente nada, foi a uma loja do cidadão tentar informar-se. Primeiro obstáculo, porque para ter uma informação foi preciso quase um dia inteiro para chegar à sua vez, porque logicamente é um sistema de senhas e de ordem de chegada. Obtida a informação e apesar da Segurança Social ser apenas uma, a resposta que teve é que efectivamente estava tudo regularizado, não havia qualquer problema e não tinha quaisquer dívidas, mas para ter nova declaração teria que se dirigir a Setúbal onde tinha sido emitida essa primeira declaração. A vida das pessoas é andar dum lado para o outro e perder dias de trabalho e paciência.Assim tentou fazer e lá foi ele para Setúbal e quando lá chegou perto das 09.00 já não havia senhas para ser atendido nesse dia, uma vez que estava já completo o atendimento nesse dia, pelo que no outro dia pelas 7 e tal da manhã foi novamente para Setúbal para tentar resolver o problema. Aguardo neste momento informação do sucedido e se o problema fica hoje resolvido ou se serão precisas ainda mais demarches.É o País que temos e no qual vivemos e são sinais de pouco desenvolvimento uma vez que para se resolver um problema, causado por erro dos serviços, uma pessoa tem que perder horas infindáveis e tempo precioso que poderia e deveria estar a produzir. Tem forçosamente que haver uma grande reviravolta neste e noutros departamentos do estado e no seu funcionamento, começando por serem responsabilizados pelos erros e pagarem pelo que é mal feito.É o que acontece com os privados que quando falham são responsabilizados e substituídos, como acontece por exemplo com as empresas de gestão de condomínios que se não correspondem ao que se espera, são substituídas porque o que não faltam são empresas de gestão. Deve ser um negócio rentável porque há muita gente metida nisso. Ontem a Assembleia Geral do meu prédio resolveu substituir a empresa que fazia a gestão do mesmo e tentar outra. Os noticiários são agora uma sucessão de calamidades, umas naturais com consequências devastadoras e outras provocadas pelo homem, como acontece por exemplo na Grécia, aonde a corrupção e a incompetência dos governantes, aliada a crise internacional, conduziu aquele País a uma situação terrível e pelo que vejo, a revolta da população é justa, assim como também são necessárias todas as medidas tomadas pelo governo para viabilizar o País. E o fulcro da questão é precisamente a manutenção dum País e a sua solvência, pelo que o meu receio é que continuando nós em Portugal a discutir escutas, caracteres e outros minudêncioas importantes, mas secundárias, não nos estejamos a esquecer do que é fundamental, ou seja, salvar o País e dar-lhe garantias de vivência. O famoso plano de estabilidade e crescimento tarda em aparecer e em ver a luz do dia e quando assim for, espera-se que contenha as medidas certas e correctas, apesar de impopulares e que todos, governo, oposição, sindicatos e patronato perceba a real gravidade da situação e se deixe de lado o populismo ou facilitismo. Já tenho falado em governos de salvação nacional e cada vez mais penso que teremos que ir por aí, o que só se conseguirá com a mudança dos líderes dos dois principais partidos, porque num caso a liderança está de saída e noutro está profundamente abalada pela imensa sucessão de casos e de problemas. A verdade é que parece que por baixo de cada pedra ou problema nacional se encontra o nome do nosso PM o que não pode deixar de ter consequências e impedir uma normal governação. Alias se virmos, não tem havido qualquer medida governamental importante desde a tomada de posse, parecendo mais um governo de gestão do que um governo em pleno e com absoluta necessidade de tomar rapidamente muitas e gravosas medidas para conter tudo aquilo que vai mal nas finanças.
Mas o que eu digo é de senso comum e para as pessoas normais, porque os políticos parecem mover-se noutra onda e noutra esfera, com uma consciência diferente daquelas que todos nós temos e sobretudo os que têm que lutar pela vida e pelo seu negócio dia após dia. E isso vai-se tornando cada vez mais desgastante e preocupante porque fundamentalmente não se consegue perceber para onde vamos mesmo e SE vamos conseguir dar a volta.Hoje estou pessimista e gostava de poder mudar a minha opinião baseada em factos reais mas o que, infelizmente vejo, é cada vez mais confusão e o agravamento da situação. Por outro lado, tenho a convicção também cada vez mais forte, de que o Universo se encarrega de tudo resolver e se estivermos receptivos e prontos para receber e dar, tudo se resolve. Ontem por exemplo, tinha a impressão de que o dia iria ser péssimo e que cada vez há mais dificuldades e a verdade é que me apareceu por exemplo um doente que não ia lá há uns 2 ou 3 anos e que começou logo a fazer um trabalho grande e rentável, seguido doutra também com outro trabalho bom , pelo que neste momento estou a seguir o meu instinto de deixar andar as coisas e NUNCA me preocupar por antecipação.Vou dando informações acerca do tal caso do meu amigo e da resolução da situação, com um enorme e quente SORRISO cheio de energia e de força.PS: as imagens da devastação do Chile são incríveis e violentas, com uma total sensação de impotência e de horror perante as cenas que vemos e a dificuldade em repor um pouco de ordem na situação porque deve ser quase impossível pôr um País a funcionar minimamente depois dum cataclismo destes. É preocupante sabermos que por cá estamos numa zona de risco e que é prevísivel a ocorrência dum sismo para os nossos lados.
PS: acabou em bem a odisseia do meu amigo que após se ter levantado antes das sete da manhã, conseguiu obter o papel da sua inocência perto do meio dia e terminando assim este processo, com apenas a perda de mais meio dia de trabalho, ou seja, perdeu um dia e meio de trabalho, uma ida a uma loja do cidadão em Lisboa e duas idas a Setúbal. Como foi tudo erro dos serviços da Segurança Social, quem é que o indemniza de todo este tempo perdido, da gasolina, desgaste do carro, etc. Claro que ninguém o faz e mais um vez se prova que estamos mesmo ao sabor destes erros que, podendo acontecer, deveriam ter uma solução mais rápida e célere. Já estive com contas bancárias bloqueadas por um erro da segurança Social, que levaram depois uma semana a resolver a situação e a emitir a contra ordem ao banco, com todos os problemas daí inerentes, inclusive poder ir párar à lista negra do Banco de Portugal por incumprimento de pagamentos e cheques devolvidos. Erros...

1 comentário:

Ivo Afonso disse...

Não resisto a deixar um comentario.

Finalmente a minha odisseia com a segurança social parece estar resolvida. Quanto ao tempo perdido, despesa envolvida (apesar de ser pequena não deixa de existir e penso que acima de tudo é uma questão de principio) e preocupação provocada (porque 6.400,00€ + juros seria dinheiro, ainda para mais quando a minha situação com a seg. social está e sempre esteve regularizada) não terei outro remédio senão "aguentar-me à bronca", como se diz em bom portugues.

Todos somos humanos e todos erramos de vez em quando e penso que o importante é resolver esses mesmos erros com a maior celeridade possivel. No entanto é triste as dificuldades para a resolução desses mesmos erros aos quais somos totalmente alheios, ainda para mais quando nos dias que correm, supostamente existem diversos mecanismos que deveriam agilizar estes e outros processos.

Já agora mais uma observação: Fiquei estupefacto com a resposta obtida quando questionei a funcionaria que me atendeu (de uma simpatia e disponibilidade extraordinarias, convem referir) do porque da enixestencia de uma notificação de divida, com a agravante de que uma parte dessa alegada divida ser referente ao ano de 2002. A resposta foi "nunca se notifica".
Pergunto eu: Avançam imediatamente para uma penhora? Fica a duvida no ar no ar!!!