Descalabro quase completo no consultório, com a demissão via mail duma assistente e a ida doutra para o hospital, com eventual ameaça de aborto. Ou seja, estou reduzido a uma assistente, que tem experiência de gabinete, mas pouco de recepção.
Tive que vir rapidamente do SAMS para tomar conta da situação e tentar resolver este imbróglio, porque de facto é muitíssimo complicado tentar gerir um consultório desta forma e desta maneira. Principalmente quando ninguém quer trabalhar ou tem vontade de o fazer.
Já perdi toda a boa vontade do fim de semana e da força e energia com que vinha e a verdade é que não me apetece fazer rigorosamente nada, porque estou mesmo de cabeça perdida perante esta avalanche de factos.
É inacreditável que neste país, sem emprego e sem perspectivas, não se consiga ter pessoal estável e capaz, com sentido de responsabilidade e vontade de efectivamente trabalhar. Hoje já estão marcadas algumas entrevistas para ver se conseguimos estabilizar a situação e resolver este trilema que é manter o consultório a funcionar, atender doentes, facturar e arranjar alguém para ficar cá.
À medida que as horas vão passando e a o choque se vai esbatendo, fico cada vez mais revoltado com a atitude das pessoas e neste caso da assistente que se demite assim sem mais nem menos, com filhos pequenos, sem quaisquer subsídios e sem razões válida para o fazer. Não consigo perceber como é possível estar assim na vida e querer-se progredir e vencer os desafios da vida. Estou completamente de rastos...
O fim de semana em Barcelona já me parece a milhas de distância e nem sei bem o que possa fazer se entretanto não conseguir arranjar pessoal para trabalhar e manter o consultório em actividade, tanto mais que necessito mesmo de manter o consultório em funcionamento e a trabalhar em full time.
Tenho que reflectir no que se vai fazer e tentar rapidamente arranjar alguém para o gabinete 2 e para ajudar no dia a dia do consultório, mas as que me apareceram não têm disponibilidade imediata ou estão num dos muitos subsídios existentes neste magnífico País. Mas vamos lá ver se me começam a responder ao anúncio e principalmente se consigo resolver a situação esta semana para iniciarmos o mês de Abril duma forma positiva e enérgica.
São 13.30 e já estou estoirado como se tivesse trabalhado toda a noite ou feito uma maratona, mas a verdade é que não sei mesmo o que poderei fazer para colmatar esta situação de verdadeira emergência. Vamos respirar fundo e com calma e tranquilidade resolver mais esta etapa do consultório e da minha vida, que pelo vistos tem que estar permanentemente neste clima de insegurança e de intranquilidade.
Tenho que acalmar e tentar, com um enorme SORRISO, chamar as forças do Universo e encontrar as pessoas certas para esta ocasião na certeza de com FORÇA e FÉ vamos conseguir superar mais esta fase do consultório.
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