sábado, abril 07, 2018

Memórias

Eis-nos chegados a sábado... sem programas, sem horários, sem obrigações a não ser fazer contas, arrumar a secretária, organizar férias ( ir cancelando alguns dos hotéis/apartamentos reservados - muitos para o mesmo destino e data como costumo fazer ), fazer projectos, falar com algumas pessoas e ainda ler, ver filmes, cozinhar, etc. e ainda de arrumações porque na verdade acumulamos "porcaria" e coisas inúteis sem qualquer finalidade. E deitei mesmo muita coisa fora
Já tenho tudo mais ou menos planeado até ao fim do ano, com reservas e agendamentos, indo finalmente, e se tudo correr como eu quero, passar a época natalícia e de final do ano fora de Portugal e num clima quente. Vai ser curioso passar esta época com calor, sol e praia, o que nunca fiz. Antes pelo contrário passei, muitas vezes mesmo, esta época com neve, temperaturas negativas e a fazer algo que amo de verdade, ski.
Constato que a melhor altura para compras de supermercado é mesmo ao fim da tarde, depois de sair da clínica porque está pouca gente e se consegue fazer as compras muito rapidamente. Assim aconteceu ontem pelo que hoje não consta do programa nenhuma ida ao supermercado. Amanhã vamos almoçar a um restaurante para vermos in loco se nos agrada quer o espaço, quer a comida e ainda a prestação geral.
O clima afectivo está fantástico, cada vez mais forte apesar de pequenas tempestades ou crises devidas a ciúmes e a questões sem grande relevância. De facto, quando os sentimentos são tão fortes e positivos, acontecem estes percalços que, mais ou menos rapidamente, se dispersam mas que vão deixando um pequeníssimo rasto que, espero, não conduza a nada mais do que estarmos alertas para não repetir erros ou omissões.
Olhando para o passado, é curioso verificar que há muitas semelhanças nas pessoas que se cruzaram comigo, da sua forma de estar, da sua personalidade e até dos seus sentimentos para comigo. Sei que crio nas pessoas fortes laços afectivos que provocam laços muito fortes e duradouros até ao dia em que tudo termina, se tiver que terminar. Ou seja, sinto que há determinadas facetas da minha personalidade que são desculpadas precisamente por estes laços que crio e pelas relações, entusiasmo e pró actividade que consigo dar às minhas relações.
Curiosamente é da minha primeira relação/casamento que menos recordações tenho; foi algo imaturo, impensado e que, visto à luz de hoje, apenas fez sentido pelos filhos havidos e criados. Fora isso pouco ficou porque foi uma relação  conturbada, difícil pelas enormes diferenças de personalidade, de maneiras de ser e de estar, bem como pelas influencias altamente negativas que sempre tivemos.
Mas na verdade, pensando nas muitas pessoas que atravessaram a minha vida, e referindo-me apenas ao plano afectivo/amoroso posso dizer que apenas duas pessoas marcaram e fizeram a diferença e que até são parecidas em muita coisa. Não preciso descriminar porque essas pessoas sabem e sobretudo eu sei os sentimentos que tive e tenho por elas. Aconteça o que acontecer serão sempre pessoas que estarão no meu coração e nas minhas memórias.
Hoje estou cheio de força e de empenho nas minhas arrumações, nas minhas meditações bem como nas minhas lembranças, recordando muito em especial as muitas viagens feitas, o mundo percorrido, as milhares de pessoas conhecidas, as emoções sentidas, as Amizades antigas, passadas e presentes e ainda o meu crescimento e maturidade. Agora com 61 anos reconheço e controlo, finalmente,  a minha faceta infantil, a criança que queria permanecer em mim e consegui crescer e amadurecer o suficiente para me perceber bem melhor, estar também bem melhor com quem me rodeia e ter estabilidade e FELICIDADE na minha relação actual.
Também constato que, apesar de tudo, a psicanalise que fiz durante quase cinco anos foi extremamente útil e positiva, mas que talvez não queira avançar muito mais. Ainda por cima deixei de ver o meu psicanalista como alguém muito especial e acima do Ser Humano normal para o ver precisamente como mais uma pessoa integrada num grupo especifico e fazendo coisas que, como psicanalista, me orientava a não fazer. Essa contradição e essa descoberta foi fatal para esse relacionamento psicanalítico, razão pela qual não quis continuar nem tenho qualquer vontade de o fazer, se bem que recorde ainda muito do que o AA fez e muitos dos seus conselhos, orientações ou ajudas. Devo-lhe muito do meu crescimento que hoje reconheço ter feito e duma forma que me deixa com um imenso SORRISO de FELICIDADE.
 
 
 

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