quarta-feira, novembro 04, 2015

Cinzentos

Dia de chuva... Dia cinzento em que a disposição e o ânimo começa a recuperar se bem que as emoções e as sensações estejam um pouco alteradas e até diria que confusas, porque, para mim, não há nada pior do que a instabilidade e o não saber com que posso efectivamente contar... e é isso que vai acontecendo por não ser eu que estou no controle das situações como era habitual.
Ou seja, neste momento ando um pouco à bolina dos ventos, das ocasiões e isso é algo que, como não estava habituado, ainda me faz alguma confusão a que me devo habituar. Tambem tenho aprendido ao longo dos últimos tempos que não ter tudo tão programado é bom e até pode ser extremamente agradável mas não deixa de ser estranho para alguém que, como eu, tinha a mania de tudo organizar e controlar....
Mas a vida tem de seguir o seu caminho e irmos em frente duma forma ou doutra... o nosso quotidiano tem muitas possibilidades e sobretudo não me posso deixar abater novamente, porque como me lembro duma grande atriZ dizer numa peça excelente " as árvores morrem de pé"... e tenho de arranjar forças, coragem e fé para que assim seja.
Nestes dias cinzentos, chuvosos com a minha cabeça a mil e ainda por cima continuando com as dores de cabeça que me continuam a assaltar, sinto-me de novo a vaguear pelo espaço sem um sentido preciso ou concreto.
É curioso como me estou, lenta e mais ou menos tranquilamente, a adaptar-me a esta minha realidade se bem que não saiba exactamente durante quanto mais tempo o conseguirei fazer visto que sei o que quero e preciso. Mas também a verdade é que nem sempre a razão consegue orientar a nossa vida e muitas vezes sobrepomos o coração à razão. Uma adaptação difícil é complicada mas mesmo assim a ir conseguindo.
A outra fase da moeda é muitas vezes perder a noção de que é com o nosso silêncio interno, a nossa vontade e a nossa capacidade de pensar que temos de agir e de reflectir, seguindo o nosso próprio caminho e não o dos outros, por muito importantes que sejam na nossa vida.
Neste momento há coisas que me fazem uma enorme confusão pela diferença abissal em relação a um passado muitíssimo recente, que parecem nada ter a ver com a pessoa que conheci e com quem privei "quase" uma vida. Parece que o problema não era profissional, afectivo disto ou daquilo, mas apenas e tão só uma necessidade de espairecer e de conhecer novas e outras realidades sem quaisquer consequências. E isso não deixa de mexer comigo e de me provocar dor e desconforto. Que hÁ-de passar... aliás como passou o meu tempo e a minha importância, como é notório é evidente.
Estou em tons de cinzento e em modo de chuva em que estas incertezas e estas nuances envolventes me deixam, efectivamente, desconfortável e com aquele peso na cabeça, com a dor persistente e permanente que tenho tido.
Esta permanente desarrumação mental, este saber e não saber, esta constante marcha de seguir em frente e de andar para trás faz com que o meu SORRISO não consiga ser efectivo, certo e verdadeiro a cem por cento. Ou pelo menos como eu gostaria mesmo que fosse e o conseguisse. Mas a minha forma de estar na vida é muito complexa e quando julgo que estou a seguir em frente parece que aparece uma pedra ou pedras no caminho e que me faz escorregar.
Mas é sobretudo a falta de confiança e de acreditar nas minhas potencialidades que me deixa assim.... cansado, sem ânimo e a procura de algo que nem eu próprio sei o que é!


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