segunda-feira, junho 02, 2014

Pais versus Filhos


Mais uma semana de trabalho, de continuação das rotinas a caminho duns dias de férias a aproveitar os feriados. Infelizmente parece que não vai estar bom tempo mas o que interessa é mesmo estarmos sem fazer nada.
Vamos ter um encontro de miudagem em Sesimbra, com um almoço e lanche para os mais pequenos e também graúdos... esperemos que esteja bom tempo.
Ontem foi dia mundial da Criança e fomos ter com as nossas "sobrinhas", mas estava tudo uma confusão tremenda. O jardim do Museu da Electricidade e arredores estava simplesmente impossível de pessoas e carros, com a confusão habitual destes eventos sem uma organização adequada e o bom desenrascar à portuguesa.
Às vezes penso que a aprendizagem dos Pais e dos filhos é mútua, mas é necessário, muitas vezes, ser bem mais firme do que gostaríamos e de se impor regras e hábitos, bem como ensinar essas mesmas crianças a lidar com o não e a assimilar as suas frustrações duma forma sadia e normal.
A não intervenção justa e necessária na altura certa é mais prejudicial do que benéfica porque as crianças pensam que ficam impunes e podem fazer o que lhes apetece, o que não é de tudo real ou producente. Têm que ter a noção do que é possível, terem o espaço próprio definido mas respeitarem os dos outros, bem como saberem que não são únicas nem o centro do Universo.
Só assim poderão construir uma identidade saudável e uma personalidade que consiga enfrentar a realidade e as contrariedades da vida. Se não fizermos o contraponto às naturais tendências das crianças estaremos a prestar um mau serviço às mesmas.
Também a verdade é que há pessoas que não nasceram para ser Pais, nem tem grande capacidade para tal na medida em que, cada criança é um ser individual e cada uma delas tem que atravessar as fase próprias de cada idade, não se podendo impor saltos quantitativos para os quais não estão preparadas e até lhes sendo nocivo.
Ou seja, a inexistência de cartilha que nos ensine a ser Pais ou filhos leva-nos a um empirismo que nos vai fazendo percorrer esse caminho, experimentando isto ou aquilo para ver os resultados ou extrapolando duns filhos para os outros, se bem que cada um deles tem a sua própria identidade.
É algo bastante complexo e por vezes difícil de gerir visto que colide também com as nossas próprias frustrações e recalcamentos, sendo por isso obrigatório termos a consciência das nossas limitações e das nossas próprias experiências de vida. Mas como me disse há muitos anos uma psicóloga não somos Pais e não amigos dos nossos filhos e confundir estes papéis é não só errado, mas até prejudicial para os filhos.
Tenho a sorte de ter dois filhos, completamente diferentes um do outro, mas ambos igualmente ambiciosos e dotados das ferramentas necessárias para alcançarem o que pretendem, desde que consigam adequar os seus sonhos à realidade existente e integrar o resto do mundo no seu/deles Universo, o que nem sempre é exequível.
Mas neste principio de semana, e após um domingo bastante positivo em que descobrimos que é possível mais e melhor intimidade entre as pessoas desde que se queira e deseja, deixamos um grande e luminoso SORRISO a todos os Pais e filhos, com os votos de que se consiga sempre chegar a consensos entre ambos, no respeito pelas identidades de cada qual. 

Sem comentários: