sexta-feira, junho 27, 2014

Mais do Mesmo

Mais um dia de trabalho, mais uma etapa para vencer... ando meio adoentado e meio febril, com pouca vontade de trabalhar, mas felizmente com o mês já feito, apesar dos quase 15 dias de ferias e das muitas desmarcações e alterações de doentes.
Ainda por cima ainda se trabalha amanhã, sábado, para ver quem está marcado e quer ir neste dia. A verdade é que nestas alturas de verão os sábados têm menos gente e só estou a fazer um por mês. Mas continuo a sentir-me meio adoentado e tenho acordado nestes dias completamente entupido das vias aéreas superiores.
A amálgama de sensações, emoções e factos têm marcado estes dias, com a certeza de que, em muitos aspectos, percepciono já uma evidente transformação, principalmente na ausência de reacções imediatas e intempestivas, bem como na análise detalhada e consciente do que vai acontecendo à minha volta. Nesse aspecto pode-se dizer que me sinto mais tranquilo e sem aquela aquela sensação de vazio que me acompanhou durante tantos e tantos meses ou anos.
Esse mesmo vazio tem vindo a ser preenchido com o conhecimento da minha identidade, o fortalecimento da minha auto-estima e confiança, o reconstruir do meu Ego e a interpretação de muitos factos ocorridos, bem como com a limpeza do muito "lixo" guardado nas tais gavetas cerebrais.
É bem verdade que um homem sem memória é um homem sem alma e vazio, mas também é verdade que algumas memórias nos condicionam o comportamento e actuação no dia a dia, uma vez que nós somos fruto das nossas vivências, das influências que tivemos, da família onde estamos integrados, dos amigos que vamos fazendo e de todo o nosso historial passado... todos esses condicionalismos podem ser positivos ou negativos assim seja a forma como os vemos, sentimos e integramos. 
É o tal copo meio cheio ou meio vazio que vemos alternadamente consoante a nossa forma de estar no momento, visto que com a nossa (antiga) impulsividade e instabilidade, éramos capazes de passar do tudo para o nada e ainda o inverso. Essa instabilidade, tão característica da minha (outra) identidade era altamente prejudicial para mim, mas também para todos os outros que me rodeavam. Agora e cada vez mais tenho plena consciência de quão intolerante e prepotente conseguia ser e como devia ser difícil lidar comigo em certas alturas. O meu egocentrismo era excessivo e muito negativo, pelo que neste momento conseguindo recentrar as realidades e prioridades é-me bastante mais fácil lidar comigo mesmo e com os outros.
Já me interroguei muitas vezes como é que me aguentei sem passar para o outro lado, para uma parte mais patológica e grave, mas felizmente sempre me fui mantendo à tona e ultrapassando as piores fases por ter a sorte de encontrar na altura certa ou as pessoas certas ou os factos correctos. E neste momento em que prossigo a minha análise, é que tenho a plena consciência de que ensaiava absolutamente disto porque estava uma vez mais prestes a rebentar, a dar cabo da minha vida e da minha relação, que é das coisas mais importantes que tenho.
Tem sido assim ao longo da vida, em que vou atingindo os objectivos e o que quero duma forma quase espontânea, que me permite até neste momento encarar o dia a dia duma forma mais tranquila. Para Os problemas que são solucionáveis, temos que dar o tempo para que assim seja e para os que não tem solução, pouco adianta ficarmos consumidos por eles. Com esta verdade, podemos estabilizar bastante a nossa vida e nosso objecto interno.
Fica um enorme SORRISO para todos aqueles que verdadeiramente estimo e Amo, mesmo os que, ausentes neste presentes, hão-de voltar a fazer parte da minha vida e continuarem a aquecer a minha alma. Um especial SORRISO para quem me acompanha há tantos anos numa relação cada vez mais cúmplice e fortalecida.

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