terça-feira, junho 17, 2014

Neuras

Hoje estou como o tempo.... cinzento, nublado e estranho! Sei que está relacionado com a minha velha amiga culpa, bem como sentimentos antagónicos com um dos meus descendentes e ainda alguma estranheza por me parecer que, por vezes, são precisos impulsos externos para libertar a nossa espontaneidade e vontade de fazer diferente, como aconteceu neste fim de semana. Também as alterações de relacionamento entre pessoas que foram tão próximas me causam este mal estar.
Talvez este tempo tão inconstante seja determinante no nosso humor e maneira de estar, porque não é normal está tão grande amplitude térmica, em que quase não se aguenta com o calor e logo se seguida quase que chove.
São situações limites, como as minhas em que vou vogando na maré e na corrente, ora fria/gélida ora quente/escaldante. São as tais alterações humorais que (quase) todos temos, pelo que devemos aprender a viver com esses estados de alma. São as condicionantes da vida que ao, tocarem em determinados pontos nevrálgicos, fazem vibrar as campainhas do inconsciente que se manifestam desta forma. 
Como o nosso super Ego está firme na sua posição defensiva e repressiva, não deixa vir à superfície as causas detonadoras deste mesmo estado, sendo necessário ir aprofundando o conhecimento interior e por meio de associações livres e de análise, tentar perceber essas condicionantes e transformando o nosso Ego duma forma consciente e duradoura.
A culpa, ausente há tanto tempo, voltou... associado ao meu filho e não só, que me tem feito pensar bastante no que hei-de fazer para conseguir alterar o status quo com ele. Será que é compreensível esta atitude e esta ausência de contacto e de reatamento dum relacionamento normal e sadio ? Será que devo ser eu a inverter a situação e a dar a volta ao texto, apesar de me custar bastante e de achar que todos devemos aprender com os factos da vida e adequar o nosso comportamento, não pensando que se tem sempre razão ou justificação para os estados de alma.
Também a falta de diálogo com pessoas que me são queridas e que, neste momento, estão completamente noutro caminho, desgosta-me bastante e faz-me pensar na complexidade das relações humanas e na rigidez e intransigência de todos nós, que não conseguimos adaptar-nos ou tentar, pelo menos, entender os que nos são queridos e fazem parte do nosso património pessoal. 
São factos, emoções e sensações que vou tendo que me deixam nesta nostalgia e certo desalento que devo e tenho que combater. Sei que não tenho toda a razão, mas também sinto ter alguma e sendo assim talvez esperasse outro tipo de atitudes ou de reacções, mas a verdade é que por este ou aquele motivo há coisas que não mudam nem se alteram, pelo que tenho que aceitar que assim seja.
Também há outras pequenas coisas que "entravam" o mecanismo, como sejam a postura e o automatismo de certas pessoas que estão de tal forma embrenhadas no seu quotidiano que nem conseguem ( ou não querem ? ) sair desse mesmo ritmo ou padrões, até por uma questão de defesa e de salvaguarda.
Acontece,por exemplo, com a minha irmã mais nova que está "encerrada" nesse mesmo dia a dia sem  dar a volta de que necessita e que lhe faria bastante bem, mas o importante é ser-se (aparentemente) feliz, o que acho não acontece.
Quanto a mim, também há determinados padrões que se repetem nas relações e nas atitudes... serão factos normais e geradoras de uma maior intimidade e reveladoras da necessidade e associação da culpa, dor, sofrimento e em simultâneo prazer e reforço da intimidade ou serão parafilias que devem ser desmontadas e analisadas a frio e conscientemente ?
Seja como for, a realidade é que o cimento vai ficando mais forte e rijo, na certeza de que os sentimentos são intensos e que a paixão ainda consegue encontrar o seu caminho e fazer com que os nossos SORRISOS sejam cúmplices e sentidos por ambos.
É muito bom e positivo conseguir-se ter ainda essa capacidade e vontade de reforçar mais e mais a relação, neste Universo tão complicado e difícil em que vivemos. Termos a certeza da existência do nosso porto de abrigo, dá-nós a estabilidade e a alegria de que necessitamos, bem como o tal SORRISO que queremos manter e aumentar em cada dia que passa. 

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