quarta-feira, janeiro 29, 2014

Caminhos Pela Floresta

Há sessões que valem ouro e que são altamente produtivas e compensadoras.... andava um pouco desanimado com a aparente falta de progressos, bem como pela falta de novidades ou motivações.
Uma vez mais, ontem apercebi-me que é difícil "cortar" com caminhos antigos que, de tão trilhados que estão, me fazem muitas vezes desviar-me dos nossos caminhos adquiridos e voltar a esses mesmos velhos trilhos. Com todos os seus registos anteriores, as suas mazelas, culpas e mal estar/sofrimento.
Saí com uma nova alma, um novo animo e sobretudo com a cabeça bem mais arrumada e bem disposta, na medida em que efectivamente quem não deve, não teme mesmo nada e que, por cada janela ou porta que se encerra, há sempre outras que se abrem e que nos podem levar a outras oportunidades a outros caminhos para serem melhor percorridos e feitos.
Ou seja, tive uma regressão em determinados aspectos e análises que pensava já estarem consolidadas e que, por circunstâncias e pressões externas, voltaram duma forma que me abalaram bastante. Ontem serviu principalmente para me integrar, consolidar e perceber uma vez mais os misteriosos caminhos da mente que, pelas teorias actualmente aceites, vão criando autoestradas neuronais de acordo com as nossas vivências e experiências.
Mas estas novas estradas têm que ser consolidadas e não impedem que os caminhos anteriores desapareçam, tanto mais que é muito mais fácil percorrer os destinos já conhecidos do que andar por outros menos sentidos ou até completamente desconhecidos.
É este o trabalho que estou a fazer... a formação de novos hábitos, a utilização mais racional do pensamento, a menor impulsividade que me levava à acção imediata sem medir as consequências e como forma de ataque e provocação a outros.
Forçosamente que é um processo lento, de avanços e recuos, em que haverá dias melhores e outros menos bons, mas terei que ter sempre a consciência e o reconhecimento de que estas novas estradas já estão no terreno e que apenas precisam de ser terminadas e usadas em toda a sua plenitude.
Como em tudo, há hábitos estabelecidos que são difíceis de alterar, sobretudo se estão enraizados há mais de décadas de uso e abuso.... metaforicamente falando, a nossa mente é uma floresta mais ou menos densa, mais ou menos rica em pormenores e em caminhos. Cada um de nós constrói ou idealiza a sua própria floresta  - e assim é porque há muito fazia um teste para conhecer as pessoas que incluía precisamente a descrição duma floresta - de acordo que a seu objecto interno. Nesses testes que fazia, conseguia ter descrições duma enorme riqueza, detalhe e pormenor e outras duma secura e precisão quase cirúrgica, o que me indiciava de imediato a personalidade da pessoa que tinha à minha frente e que me dava pistas muito importantes. E melhor ainda que coincidia com a própria pessoa.
Esta floresta que por acaso tem um papel importante no tal livro de que tenho falado do Morakami, representa efectivamente o nosso percurso interno, as nossas contradições e os caminhos que escolhemos e assim cada um de nós consegue ter a sua própria floresta assim como tem a sua própria identidade. É uma forma altamente primária e simplista de conhecer uma pessoa, mas conseguia ser bastante eficaz e coincidente com a realidade.
Também depende e muito da forma como se interpreta esse mesmo teste, que tem outros elementos, como uma chave, uma casa, um muro e outros pequenos elementos que nos conduzem a um todo que é depois interpretado.
Tudo isto para dizer, que, havendo caminhos já sobejamente trilhados no nosso (in)consciente é bem mais fácil segui-los do que construir outros, deitar árvores/ideias ou preconceitos abaixo, esquecer os nossos acompanhantes de percurso e abrir novas rotas, novas etapas.... faz-se com esforço, com ajuda e ainda com muito boa vontade e empenho, porque muitas vezes esses caminhos estão imbuídos de dor e sofrimento, pelo que havendo outros que não sejam acompanhados desses mesmos sentimentos ou emoções, até se torna mais fácil seguir por essas novas estradas. Assim os nossos sentidos neuronais o percebam e compreendam o que devem fazer.
Hoje estou bem mais optimista do que ontem e é com o meu SORRISO habitual, mais forte, mais luminoso e sobretudo com mais FÉ e esperança na vida, em mim e nos outros que termino este post de 29 de Janeiro de 2014.
PS: esta é o 2280º comentário que aqui coloco.... é obra

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