sábado, outubro 19, 2013

Sábado

Mais um dia de trabalho, de consultas e de estar o dia inteiro enfiado na clínica. Se por um lado é bom sinal e meritório, por outro vai-me custando bastante principalmente por necessitar de mais tempo para relaxar e descontrair.
Este retomar de ritmo e de trabalho tem-me sido custoso, tanto mais que com as tempestades e agitações criadas, o clima tem estado meio tremido, mas neste momento o sol vai aparecendo e sendo uma realidade. A chuva vai reaparecer mas os seus efeitos serão, para nós, diminutos e, esperemos, sem os efeitos anteriormente causados, porque a nossa filosofia está alterada e a nossa maneira de estar também modificada.
Valorizamos o que temos agora e neste presente, pensamos no que queremos e como queremos mas adequamos o que somos ao existente, sem pretender, de forma alguma, diminuir ou enfraquecer outras pessoas que lidam connosco e mantendo-nos no nosso lugar e no nosso posto.
O valor que temos, será sempre uma constante e será tanto mais valorizado quanto melhor soubermos estar e merecer, pelo que vivamos da melhor forma possível e com o que temos, sem querermos o impossível ou o irrealizável.
São conceitos simples, permitindo uma melhor qualidade de vida e integração no nosso quotidiano, bem como com quem lidamos e estamos. Temos que perceber, aceitar e integrar esta realidade e estas verdades "simples" que tornam a vida mais fáceis e sobretudo mais aceitáveis. Para que tenhamos tempo para o que é realmente importante e verdadeiro, como a felicidade e o bem estar que queremos alcançar.
É pena estarmos muitas vezes expostos às indisposições e raivas dos outros e de que não somos culpados... nem todos conseguem fazer uma análise serena e calma da posição em que se encontram, extravasando duma forma menos razoável os seus conflitos interiores e sublimações que vamos fazendo.
O nosso mundo interior é bem complexo, intrincado e difícil, principalmente se andamos em processo analíticos a tentar descobrir o que somos, como estamos estruturados e ainda como podemos alterar os nossos procedimentos uma vez percepcionado uma ínfima parte do que temos no sub e inconsciente... é sabido que nunca se conhece a totalidade do que temos.
Muitas vezes, faço a analogia do nosso cérebro a uma cómoda cheia de gavetas, tipo daqueles armários japoneses, onde vamos guardando e esquecendo todos os segundos da nossa vida; de vez em quando abrimos uma gaveta e deixamos sair tudo ou parte do que tem e outras vezes mantemos fechadas as que não queremos mesmo abrir.
É todo um complexo funcionamento e um mecanismo que também precisa ser afinado e trabalhado para que funcione adequadamente e na sua capacidade possível, sem desvios ou patologias graves.
Tenho aprendido que é bom ter alguma sintomatologia, nomeadamente, consciência do que somos ou fazemos e o respectivo sofrimento associado a algumas ou muitas das nossas atitudes, na medida em que isso é um alerta para podermos pedir ajuda ou afinarmos os nossos comportamentos.
Sinto que foi a essa fase que cheguei e que, felizmente, tive a oportunidade de ter a ajuda certa no momento certo... como disse o AA, com alguma piada, como é que eu quero resolver as coisas em dias ou semanas se levei 56 anos a ir ter com ele e com a sua análise. É verdade que tudo é bastante mais lento do que eu gostaria mas desde que seja eficaz, então vale a pena o esforço e empenho temporal e financeiro.
Neste intervalo de almoço, tenhamos a consciência do nosso SORRISO e da nossa capacidade de estarmos numa permanente aprendizagem e mutação para que consigamos alcançar o nosso objectivo principal: sermos FELIZES e transmitir aos outros essa mesma felicidade.

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