quinta-feira, outubro 24, 2013

Processos

Chuva e mais chuva num dia cinzento e igual a muitos outros... continuam a haver pequenos nadas que me alteram bastante o espírito, mesmo sabendo que não há razões para tal, mas a análise ainda não conseguiu chegar a todo o lado.
Tudo desagua ao mesmo nível que é, evidentemente, a perda do tal controle de que tanto gosto e a "degradação" da condição pessoal e profissional, por pensar que estou progressivamente a perder qualidades e possibilidades.
É evidente que o facto de me aperceber disto e de me lembrar permanentemente do "Less is More", (http://www.poetryfoundation.org/poem/173001)
"Yet do much less, so much less, Someone says,
(I know his name, no matter)—so much less!
Well, less is more, Lucrezia: I am judged."
faz com que consiga encarar a realidade e o quotidiano duma forma bem mais pacata e tranquila, na certeza de que, tendo o possível e necessário para poder ser feliz, qual a necessidade de procurar o impossível.
Muito do que somos é "programado" desde que nascemos, havendo até quem defenda que é desde a nossa concepção e aceitação desse facto pelos nossos Pais, até aos nossos 7/8 anos... quer dizer que o nosso Ego e demais parafernálias mentais se formam, se alicerçam e construem nessas idades, com toda a nossa envolvência, vivência e capacidades que temos. Parece que em determinados aspectos a carga genética conta muito pouco e que é toda a aprendizagem de vida e de família que vai determinar muitos dos nossos aspectos.
Os nossos medos, os nossos anseios, as nossas manifestações quotidianos são, pelo que me apercebo, resultado de muitas sensações captadas enquanto bebés e duma forma quase inconsciente e animal... ou seja, a percepção captada da Mãe e do Pai são apreendidas e gravadas duma forma duradoura. Se acreditarmos nas teorias freudianas e nesta linha de pensamento. Ontem terminámos a sessão com a hipótese do meu Medo profundo duma das minhas facetas actuais e uma eventual projecção narcisista desse mesmo medo. Confuso ?? Estranho ?? também me parece! mas será para esclarecer nas próximas sessões e semanas!
Sempre li e me interessei por estes assuntos e li algumas coisas de Freud, que na altura não me faziam muito sentido, mas que agora me parecem lógicas e sensatas, apesar de também me parecer que, por vezes, possamos ser redutoras e demasiadamente simples para a complicação do Ser Humano.
A verdade é que, neste preciso momento, não sinto o tal vazio interior que tinha, nem uma espécie de buraco negro em que parecia mergulhar algumas ou muitas vezes e que me perturbava muitíssimo... sinto falta duma maior aproximação afectiva e carinhosa, com um clima mais terno e luminoso.
Estando ambos num processo de transição e de (re)descoberta da nossa personalidade, forma de estar e de ser é natural que possa haver estes interregnos, mas ambos temos que ter a consciência de que é preciso "conquistar" o outro todos os dias e todos os minutos em que estamos juntos. E por vezes essa vontade parece estar muito longe da nossa realidade...
Felizmente que as minhas compulsões e acções impensáveis ( o tal agir sem pensar numa fuga para frente, para atacar ) estão acentuadamente diminuídas e fora do meu horizonte temporal, o que pode ser ocasional ou já resultado dalguma alteração neuronal de que fala António Damásio... segundo ele, todos nós criamos mecanismos neuronais e espécies de auto estradas mentais que condicionam o nosso comportamento e que se reflectem nas nossas atitudes, comportamentos e acções pela seu sentido (quase) obrigatório.
Ou seja, a mudança de hábitos, acções ou outros factos implica alteração nestas tais auto estradas neuronais que vamos criando e que nos direccionam em determinados sentidos ou caminhos, nem sempre os melhores ou mais positivos.
Neste dia de chuva, com o fluir das pessoas e das "vozes" circundantes vamos reflectindo em tudo isto que, hoje, abordámos e que vão fazendo cada vez mais parte dos nossos circuitos, na certeza de que com FÉ e com um grande SORRISO com muita cor e luz conseguiremos alcançar a felicidade que todos ( e eu inclusive) procuramos e queremos atingir.


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