quarta-feira, outubro 30, 2013

Dependências

Dependências... o comportamento humano caracteriza-se por uma multiplicidade enorme de factores, factos, emoções, traumas, frustrações, sublimações e tudo o que queiramos buscar para o justificarmos.
Por todos esses motivos, vamos criando as nossas dependências que podem ser (e são) diferentes para cada um de nós e mais ou menos evidentes... estamos habituados a encarar apenas a dependência das drogas, do tabaco, do álcool e das que nós são mais comuns, mas existem outras dependências e hábitos igualmente viciantes que podem e alteram mesmo as vivências de cada um.
Desde a dependência do telemóvel, da internet, de jogos de palavras ou atitudes, até às posturas que muitos têm de se servirem da sua posição hierarquicamente superior para se assediarem ou controlarem indevidamente os seus subordinados. São também dependências fruto de manias e de personalidades que, dependendo do nível e da forma, podem ser também igualmente patológicas e altamente dependentes. Criam o mesmo nível de ansiedade e de habituação que as outras mais comuns.
A grande diferença é que o próprio não consegue perceber ou entender o seu grau de dependência ou que está "agarrado" ... li há uns dias uma reportagem acerca do adolescentes completamente viciados nos jogos de computador, que jogavam compulsivamente e dias seguidos, o que obrigou a uma intervenção psicológica para resolver esse desvio na medida em que já interferia com as actividades normais do quotidiano, como estudar, relacionar-se e viver.
Outros têm a compulsão do jogo... não conseguem parar de jogar mesmo estando a perder o que não têm e que depois de estragarem completamente e vida, têm que ser proibidos de entrar num local de jogo. Conheço alguns casos destes que destroem completamente a vida pessoal, familiar e profissional das pessoas.
Conheço outros casos de prepotência profissional em que o superior age duma forma incorrecta e que joga precisamente com a necessidade existente de se trabalhar; é o caso das humilhações que se fazem, do assédio moral ou sexual existente que, sendo muito difícil de provar, apenas tem como consequência ou o afastamento voluntário da pessoa ou a satisfação dos desejos manifestados. Normalmente há um superior do sexo masculino com um subalterno feminino, com aparentes menores defesas.
Todas estas compulsões devem-se a alterações psíquicas, patológicas ou não, que devem e têm que ser trabalhadas se obedecerem a padrões definidos e repetitivos, na medida em que são comportamentos desviantes. O problema é que a maior das pessoas não consegue identificar que tem um problema e por isso vai mantendo esse registo sempre agravado pelos mesmos comportamentos e impulsos. 
Há muito que não falo de política ou da nossa situação, mas infelizmente a verdade é que tenho a convicção de que estamos a ser (in)governados por crianças, ainda por cima birrentas, que de zanga em zanga, vão destruindo cada vez mais o (pouco) existente.
A política está entregue a pessoas sem quaisquer capacidades e mesmo os seniores da nossa  cena política estão a ficar caducos ou senis, como se pode constatar pelas declarações de alguns deles que raiam o absurdo e a falta de educação. 
Onde antes havia elevação e educação, hoje existe raiva, frustrações e um mau perder evidente, aliado a uma mediocridade perceptível em todos os que andam por aí, a dar palpites e a fazerem aquilo que, pelos vistos, não sabem fazer.
A situação tem melhorado por um lado, o que é francamente bom, mas no dia a dia, as pessoas vivem pior e com mais dificuldades e sobretudo já não existe confiança nas instituições, nas pessoas e nas promessas. Mais grave ainda, sinto que se perdeu a esperança no futuro e na nossa capacidade de um dia conseguirmos ter um nível e uma qualidade de vida compatível com os nossos desejos e com aquilo que achamos merecer.
Será que também temos a dependência de falar mal e negativamente da nossa situação e ser normal desconsiderar tudo e todos, apontando apenas os erros e não valorizar as coisas positivas? Ou é evidente que, neste plano inclinado em que estamos, não há valores, princípios ou factos que nós permitam voltar a ter esperança e alegria pela vida política e pela vida deste nosso (cada vez mais) pobre País.
Mantenhamos o SORRISO, de que temos uma absoluta dependência, para nos aquecer e orientar neste nosso quotidiano, esperando que todos os que se encontram dependentes seja do que for, consigam ter essa consciência e alterem os seus hábitos e costumes, para bem próprio e mais ainda, para bem de todos nós inseridos no Universo.

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