terça-feira, fevereiro 02, 2010

Semana e ansiedade

Acordei com uma pequena ansiedade, mas desconheço completamente a causa dessa mesma ansiedade que é insidiosa e aborrecida. Espero que se vá dissipando ao longo do dia e que não seja nenhuma premonição de qualquer aborrecimento, como às vezes acontece.
Ando com pouca vontade de escrever, porque me parece que ando um pouco amorfo e demasiado concentrado no dilema do consultório e do que hei-de fazer à vida. Ou seja, se vou continuar a investir no consultório, manter a situação e levar por diante mais uns anos este ritmo e desde já, tentar mesmo arranjar alguém que queira ficar com o consultório, modificar o que tem que ser modificado e deixar-me da gestão diária do mesmo, que é o que me custa imenso e me deixa muitas vezes completamente abalado.
O meu filho Pedro está felicíssimo em Barcelona e já me disse que nem tenciona cá vir nestes seis meses, o que é bastante estranho, mas é porque está tudo mesmo bem. Tenciono ir ter com um destes fins de semana para o ver e falarmos. O mais novo acaba hoje a semana de neve e deve já vir a caminho de Lisboa. Tenho filhos muito viajados e completos nos seus interesses e obrigações.
Espero que a semana e o mês corram sem grandes sobressaltos, nem problemas porque gostava mesmo de tempos tranquilos e pacíficos, com tudo a processar-se normalmente e sem os "dramas" dos últimos tempos. Por uma vez queria ter tudo numa normalidade relativa, a trabalhar, a ganhar o suficiente e a fazer o melhor possível, com interesse e profissionalismo.
Sinto-me uma vez mais perdido entre o que efectivamente gostaria de fazer e que tenho realmente que continuar a fazer, porque não tenho qualquer possibilidade neste momento de reduzir a minha permanência no consultório, nem de arranjar alternativas uma vez que o mercado está péssimo e saturado. E nem me sai o euro milhões, que sempre era uma alternativa.
Temos que continuar em frente e tentar levar estes tempos o melhor possível, porque para mim este ano de 2010 é um ano de sobrevivência e de adaptação a uma realidade muito dura, difícil e de grande competitividade, pelo que temos que reduzir custos, aumentar produtividade e eficácia. Será que tenho ainda força, vontade e ânimo para estes novos desafios e realidades ou é tempo de passar a pasta da gestão corrente a outra pessoa, com novas ideias, novas motivações e maior entusiasmo. A minha dúvida é principalmente esta acerca do que realmente fazer.
De qualquer forma sinto que estou bastante diferente na forma como reajo às situações e como as vivencio, uma vez que já sou capaz de não viver as situações por antecipação, com todo o sofrimento que isso envolve, mas sim aguardar pelo desenrolar dos acontecimentos e esperar para ver o que realmente acontece e não o que eu imagino possa acontecer. E é bem mais fácil estar assim na vida e no tempo porque se consegue gerir os nossos sentimentos e as nossas emoções duma forma mais tranquila e sobretudo sem aquela componente de sofrimento que implica a antecipação das situações, uma vez que nunca sabemos como vai ser o futuro. Esta postura é bem mais saudável e tranquila, permitindo uma maior paz de espírito e uma maior concentração no tempo presente e no nosso quotidiano. Podemos pensar no futuro e planear, mas não antecipar o que pode acontecer e sobretudo nunca sofrer por antecipação, porque isso é altamente destrutivo e cansativo.
A ansiedade está a dissipar-se mas não a desaparecer totalmente, não conseguindo localizar a razão nem o motivo, mas está certamente relacionado com o consultório e com o trabalho, porque a vontade é pouca ou então por motivos pessoais dos quais não tenho falado mas que me estão a começar a preocupar bastante. Os relacionamentos não são fáceis e têm que ser tratados e cultivados e por vezes é bem difícil a vivência quotidiana.
Neste arranque do mês, fica um enorme e forte SORRISO com muita energia e vontade de vencer esta realidade e este quotidiano

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